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Saiba o que é o simpósio de Jackson Hole que reúne líderes dos Bancos Centrais

Em discurso de abertura, presidente do Fed afirmou que vai aumentar juros se necessário. Para Jerome Powell, a inflação americana desacelerou, mas segue alta.

Jerome Powell. Crédito: Reprodução Youtube - Canal: KansasCityFed
Jerome Powell. Crédito: Reprodução Youtube - Canal: KansasCityFed

O Simpósio de Jackson Hole, conhecido por ser o festival de Cannes dos economistas, começou oficialmente nessa sexta-feira, 25/08, em Kansas City, no Missouri, Estados Unidos.

Com o tema ‘mudanças estruturais na economia global’, o prestigiado evento reúne os presidentes dos BCs de grandes economias. Dentre eles: Christine Lagarde, do BC Europeu, Kazuo Ueda (Japão), Ben Broadbent (Inglaterra) e os mandatários locais do Federal Reserve (Fed), o BC americano.

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Considerado um dos encontros mais importantes da agenda econômica mundial, o evento também reúne profissionais renomados, acadêmicos, grandes investidores de Wall Street e jornalistas. O principal objetivo é discutir as tendências e desafios da economia global.

Inflação continua elevada

O anfitrião Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed) afirmou hoje no seu discurso que o Banco Central americano está preparado para aumentar ainda mais as taxas de juros dos Estados Unidos, se necessário.

O mandatário disse ainda que pretende manter altos os custos dos empréstimos, até que a inflação esteja em um caminho decisivo em direção à meta de 2%.

“Embora a inflação tenha descido do seu pico, uma desaceleração bem-vinda, ela continua demasiadamente elevada. (…) Pretendemos manter a política num nível restritivo até estarmos confiantes de que a inflação está indo de forma sustentável em direção ao nosso objetivo.”

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Jerome Powell afirmou ainda que a queda da inflação veio na esteira de uma política monetária mais restritiva e ao maior afrouxamento das restrições de oferta após a pandemia. No entanto, alertou que o processo “ainda tem um longo caminho a percorrer”.

Sobre os próximos passos da política monetária, o presidente do Fed disse que vai “proceder com cuidado à medida que avaliar os dados recebidos e a evolução das perspectivas e dos riscos”.

As falas do dirigente do BC dos EUA ficaram em linha com a sua comunicação durante todo o ano.

Economia americana

A economia dos Estados Unidos ainda enfrenta uma inflação em patamares elevados e um mercado de trabalho resiliente, que aumenta o consumo e não ajuda a diminuir a pressão nos preços.

Em 12 meses a inflação tem desacelerado, mas ainda está em 3,2%, acima da meta de 2%. Diante dessa pressão, em junho o BC americano elevou a taxa básica de juros para o maior patamar em 22 anos, no intervalo de 5,25% a 5,5% ao ano.

Impasse na elevação dos juros

Os discursos conflitantes dos membros do Banco Central americano refletem um tom de incertezas quando a novos apertos monetários nos Estados Unidos.

As apostas apontam para uma manutenção dos juros no atual patamar na próxima reunião do Fed em setembro. Porém, há dúvidas quanto às decisões seguintes.

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Já no encontro em Jackson Hole, a presidente da distrital de Boston, Susan Collins, afirmou que a taxa básica pode ter de subir em breve. Na contramão ficou o presidente da distrital da Filadélfia.

Patrick Harker disse que o Fed provavelmente já fez um número suficiente de elevações nos juros para combater a inflação. No entanto, afirmou que os preços ainda precisa cair mais antes que o BC americano pense em cortar taxas.

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