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Economia dos EUA e zona do euro perdem ritmo; Lula volta a defender moeda única

Queda da demanda dos serviços e da indústria explica a desaceleração. Na África do Sul, presidente Lula voltou a defender uma moeda comercial única entre os países do Brics

Presidente Lula participa da XV Cúpula do BRICS. Foto: Ricardo Stuckert / PR
Presidente Lula participa da XV Cúpula do BRICS. Foto: Ricardo Stuckert / PR

O nível de atividade comercial nos Estados Unidos e na zona do Euro desacelerou em agosto. O resultado mostra a fraqueza da econômica americana e dos países europeus, diante do aperto monetário para conter a inflação.

Ainda no cenário internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa em Joanesburgo, na África do Sul, da 15ª cúpula dos Brics – grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

No encontro, Lula voltou a defender uma moeda comum para transações comerciais e investimentos entre os membros da aliança. O presidente brasileiro também falou sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, mas não fez críticas ao mandatário russo, Vladmir Putin.

EUA: nível de atividade perde ritmo na indústria e serviços

O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos Estados Unidos, que reúne a atividade do setor industrial e de serviços, recuou de 52 pontos em julho para 50,4 em agosto.

Apesar de ainda indicar uma leve expansão, o índice atingiu o menor valor em seis meses, segundo os dados publicados nesta quarta-feira, 23/08, pela S&P Global.

O objetivo dos números é orientar investidores sobre as tendências para a economia. Vale lembrar que o PMI acima de 50 pontos indica que há expansão na atividade. Caso contrário, mostra retração.

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O PMI de serviços desacelerou para 51 pontos em agosto, ante 52,3 em julho – também o menor valor em um semestre. O índice industrial também decepcionou, com recuo de 49,3 pontos para 47.

Para o economista-chefe de negócios da S&P Global Market, Chris Williamson, os resultados mais baixos que o esperado, mostram uma estagnação da economia americana. Além de colocar em dúvida o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país no 3º trimestre.

“A aceleração do crescimento no setor de serviços no segundo trimestre diminuiu, acompanhada de nova queda na produção industrial. As empresas apontam uma demanda cada vez mais letárgica devido aos preços altos e ao aumento dos impostos”, conclui.

Europa: atividade ruim deve levar PIB para o negativo

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do Euro, que engloba indústria e serviços, desacelerou para 47 pontos em agosto, ante 48,6 em julho.

Além do resultado ficar abaixo do patamar de 50, que marca o limite entre expansão e retração, o índice atingiu o menor valor em mais de dois anos e meio. Os dados são da S&P Global e do Hamburg Commercial Bank.

O índice de serviços recuou de 50,9 em julho, para 48,3 em agosto. É primeira retração desde o fim do ano passado, e o menor valor em mais de dois anos.

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Na contramão, o PMI do setor industrial subiu para 43,7 pontos em agosto, ante 42,7 em junho. É o maior nível em dois meses, segundo a S&P.

Apesar da leve melhora na indústria, os resultados da atividade na zona do Euro mostram que a recessão começa a se espalhar da indústria para os serviços, segundo o economista-chefe do Hamburg Commercial Bank, Cyrus de la Rubia.

“A partir dos números do PMI, pela nossa previsão, concluímos que o PIB da zona do Euro irá encolher 0,2% no terceiro trimestre”, conclui.

Brics: Lula voltou a defender moeda comum

O presidente Lula voltou a defender hoje uma moeda comum para transações comerciais entre os membros dos Brics.

Durante seu discurso no segundo dia de reuniões, Lula afirmou que a moeda comum “aumenta as nossas opções de pagamento e reduz as nossas vulnerabilidades”.

O presidente dobrou a aposta e voltou a criticar o sistema financeiro global, ao apontar falta de representatividade dos países mais pobres em instituições como o FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial.

“Precisamos de um sistema financeiro internacional que ao invés de alimentar as desigualdades ajude os países de baixa e média renda a implementarem mudanças estruturais”, afirmou Lula.

Sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, o presidente brasileiro voltou a falar do conflito, mas não fez qualquer tipo de crítica ao presidente russo, Vladimir Putin.

A Guerra da Ucrânia evidencia as limitações do Conselho de Segurança da ONU. Os Brics se consolidou como um fórum para discussão dos principais temas que afetam a paz e a segurança mundial. Não podemos nos furtar a tratar do principal conflito da atualidade que ocorre na Ucrânia e que tem consequências globais”, declarou.

Vale lembrar que Putin não viajou a Joanesburgo, pois poderia ser preso. Em março, o Tribunal Penal Internacional (TPI) pediu a prisão do presidente da Rússia, acusando-o do crime de guerra por deportar crianças ilegalmente da Ucrânia. Como a África do Sul é membro da TPI, a ordem seria cumprida.

Ao falar de meio ambiente, Lula voltou a cobrar a valorização do Acordo de Paris – para que os países ricos financiem as iniciativas de preservação no “Sul Global”.

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