Notícias

Brics anuncia ampliação do bloco e estudos de moeda comum de pagamentos

Irã, Arábia Saudita, Egito, Argentina, Etiópia e Emirados Árabes são aprovados para ingressar no grupo em 2024. Nos EUA, pedidos de seguro-desemprego vem baixo do esperado

Brics
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participa da Sessão I do Diálogo de Amigos do BRICS, BRICS-Africa Outreach e BRICS Plus. Foto: Ricardo Stuckert/PR

A 15ª Cúpula do Brics anunciou nesta quinta-feira, 24/08, a ampliação do bloco com o convite para a entrada de mais seis países, a partir de janeiro do ano que vem. O encontro termina hoje.

Irã, Arábia Saudita, Egito, Argentina, Etiópia e Emirados Árabes ainda precisam cumprir algumas exigência para aderir a aliança. Dentre elas, à proposta brasileira de reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participa da Cúpula em Joanesburgo, na África do Sul, comemorou e deixou a porta aberta para novos membros. “A relevância do BRICS é confirmada pelo interesse crescente que outros países demonstram de adesão ao agrupamento”

Pelo lado econômico, passará a integrar os Brics o maior exportador de petróleo do planeta (Arábia Saudita) e o país com mais reservas de gás natural do mundo (Irã). Na contramão da Argentina, que vive uma crise sem precedentes.

Pelo lado político, o bloco entra em um terreno mais arenoso, diante das monarquias absolutistas da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes. 

Criado em 2009, o Brics é formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Além do objetivo comercial, a aliança de economias emergentes tenta ser uma voz unânime de contraponto e reinvindicações aos países desenvolvidos.

Nova ordem mundial e moeda comum

No discurso do último dia do encontro, o presidente Lula voltou a falar em uma “nova ordem econômica mundial. “Agora, o PIB dos BRICS eleva-se para 36% do PIB global em paridade de poder de compra e 46% da população mundial”, disse Lula.

A cúpula também aprovou uma resolução para estudar a criação de “uma nova moeda de pagamentos, para as transações entre os países do Brics. A proposta já havia sido defendida pelo presidente Lula no dia anterior.

Zona do Euro, FMI, OMC, OCDE: quem é quem na economia mundial

“Aprovamos ainda a criação de um Grupo de Trabalho para estudar a adoção de uma moeda de referência do BRICS. Essa medida poderá aumentar nossas opções de pagamento e reduzir nossas vulnerabilidades”, disse Lula.

Emprego nos EUA segue forte

Ainda no cenário internacional, os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos caíram 10 mil na semana passada para 230 mil. Os dados foram divulgados hoje pelo Departamento do Trabalho americano.

O resultado veio abaixo do esperado pelos analistas, o que mostra um mercado de trabalho ainda forte, o que acende o alerta dos investidores para possíveis novas altas dos juros nos país.

Inflação controlada: como os Bancos Centrais definem a taxa de juros?

Diante desse quadro, os rendimentos dos títulos americanos voltaram a subir nesta quinta-feira. Ao meio-dia, os rendimentos do Tesouro de dois anos – mais sensíveis aos movimentos de juros do Federal Reserve, o banco central americano – oscilavam perto de 5%.

O próximo foco dos investidores será o discurso do presidente do Fed nesta sexta-feira, 24/08. Jerome Powell vai falar na reunião dos principais banqueiros centrais em Jackson Hole, Kansas City, no Missouri (EUA).

Quer entender o que é macroeconomia e como ela afeta seu bolso? Acesse o curso gratuito Introdução à Macroeconomia, no Hub de Educação da B3.