Notícias

PIB da China avança 5,2% em 2023, mas não afasta temores sobre trajetória para 2024

A queda nas vendas de moradias no país se acelerou no ano. Setor imobiliário chinês inspira preocupações

Fachada de pedra do prédio do Banco Central chinês com bandeira do país hasteada. Foto: Eagle/Adobe Stock
China divulga nesta quinta-feira, 15, dados da indústria, do varejo e de investimento. Foto: Eagle/Adobe Stock

O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 5,2% no ano passado, de acordo com dados do Escritório Nacional de Estatísticas do país (NBS, na sigla em inglês). No quarto trimestre, a variação também foi de 5,2%, na comparação com igual período do ano passado.

“Só ganho de produtividade vai fazer a China voltar a crescer forte”, diz Roberto Dumas

O resultado trimestral representa uma aceleração em relação ao terceiro trimestre de 2023, quando o PIB avançou 4,9%, na mesma base de comparação. Na comparação com o trimestre anterior, a alta foi de 1%.

Para o Commerzbank, apesar de o PIB chinês ter superado a meta, de “cerca de 5%”, isso aconteceu por uma fraca base de comparação em 2022, quando a expansão foi de apenas 3%. Em nota aos clientes, o banco ressalta que dados subjacentes sugerem que os desafios econômicos da China continuam significativos, principalmente a crise no setor imobiliário, o endividamento de incorporadoras e de governos locais e a fraca confiança do setor privado.

Empresas chinesas: como investir em BDRs de ETFs chineses?

O Nordea também alertou para a fraca confiança do setor privado. Segundo o banco sueco, o crescimento do país asiático em 2024 dependerá de estímulos econômicos. A nota enviada aos clientes aponta que a perspectiva da China em 2024 é “muito desafiadora”, visto que é improvável que a confiança possa se recuperar rapidamente.

“Os líderes têm tentado persuadir o público sobre um futuro melhor, mas os indicadores que ainda estão disponíveis não sugerem que as pessoas tenham acreditado nessa mensagem”, diz o Nordea.

Mercado imobiliário chinês ainda preocupa

As vendas de moradias na China, em valor, sofreram queda de 6% no ano passado, na comparação com 2022, de acordo com o NBS. O resultado indica piora no mercado imobiliário chinês em relação ao recuo anual de 4,3% observado entre janeiro e novembro.

Sinais mistos: o que está acontecendo com a economia da China e como isso afeta o Brasil?

As construções iniciadas – considerando-se tanto residências quanto propriedades comerciais – registraram um tombo anual de 20,4% em 2023, uma leve melhora ante um declínio de 21,2% no acumulado até novembro.

Os investimentos no desenvolvimento de projetos imobiliários, por sua vez, tiveram contração anual de 9,6% em 12 meses, um pouco maior do que a redução de 9,4% verificada entre janeiro e novembro.

Produção industrial avança mais que o esperado; varejo decepciona

A produção industrial da China cresceu 6,8% em dezembro ante igual mês do ano passado. O resultado superou a expectativa de analistas e foi levemente melhor do que a alta registrada no mês anterior, de 6,6%.

China: exportadoras brasileiras não vão nadar de braçada como no passado

Já as vendas no varejo chinês avançaram 7,4% na comparação anual de dezembro, frustrando a expectativa de alta de 7,7%. O resultado do último mês do ano representa uma desaceleração ante novembro, quando houve expansão de 10,1%.

*Com Agência Estado

Quer entender o que é macroeconomia e como ela afeta seu bolso? Acesse o curso gratuito Introdução à Macroeconomia, no Hub de Educação da B3.

Sobre nós

O Bora Investir é um site de educação financeira idealizado pela B3, a Bolsa do Brasil. Além de notícias sobre o mercado financeiro, também traz conteúdos para quem deseja aprender como funcionam as diversas modalidades de investimentos disponíveis no mercado atualmente.

Feitas por uma redação composta por especialistas em finanças, as matérias do Bora Investir te conduzem a um aprendizado sólido e confiável. O site também conta com artigos feitos por parceiros experientes de outras instituições financeiras, com conteúdos que ampliam os conhecimentos e contribuem para a formação financeira de todos os brasileiros.