Vendas de Natal devem crescer 5,6% neste ano com aumento na renda dos brasileiros
Supermercados serão responsáveis por quase 40% dos gastos nessa época. Cesta de produtos natalinos está 0,3% mais cara. Na contramão ficaram os preços de eletrônicos
Falta menos de uma semana para o Natal e os brasileiros já começaram a corrida para comprar os presentes e ingredientes para a ceia da festa mais esperada do ano. O comércio varejista está otimista com as perspectivas de vendas em 2023.
Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostrou que o Natal deve movimentar R$ 68,9 bilhões, um aumento de 5,6% em relação ao ano passado. O crescimento previsto é o maior nos últimos quatro anos e representa uma recuperação importante do setor.
O ramo de supermercados, responsável por 38,6% dos gastos nessa época, deve faturar mais de R$25 bilhões. Em seguida vem as lojas de vestuário, calçados e acessórios (R$ 22 bilhões), e artigos de uso pessoal e doméstico (R$ 8,1 bilhões)
Segundo a CNC, em média, as vendas no varejo crescem 25% na passagem de novembro para dezembro – principalmente puxada por roupas e acessórios, com aumento de até 80%.
O presidente da entidade, José Roberto Tadros, afirmou que o Natal é a principal data de vendas para o comércio e que nesse ano tem sido ajudado pela melhoria das condições econômicas dos brasileiros.
“A ampliação do potencial de consumo, aliada ao início de redução da taxa básica de juros, tem impulsionado os gastos dos consumidores. A taxa de desemprego também tem recuado e isso ajuda o varejo”, explica.
A massa real de rendimentos (soma dos salários recebidos pelos trabalhadores) cresceu 5% no 3º trimestre de 2023, em relação ao mesmo período do ano passado. Subiu de R$ 278,9 milhões para R$ 292,9 milhões, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE.
Produtos natalinos 0,3% mais caros
A cesta de presentes natalinos mais procurados registrou um leve aumento de 0,3% nos doze meses encerrados em dezembro, na comparação com o mesmo período de 2022.
Segundo os cálculos do economista da CNC, Fabio Bentes, com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), em 2022 o avanço dos preços foi dez vezes maior.
“O contexto é bem mais promissor, já que, no ano passado, puxado pela forte alta dos preços de itens de vestuário, o reajuste médio da cesta de produtos natalinos ultrapassou os 13%”.
As maiores reduções neste ano vieram dos presentes mais caros. As TVs e os computadores ficaram 9,4% mais baratos, assim como os preços de celulares, 5,9% mais em conta. Os alimentos tiveram uma ligeira redução de 0,7%.
“Diante dessas quedas, o varejo tem motivos para estar otimista. Isso deve fazer com que o setor, inclusive, acabe empregando mais. É esperado um volume recorde de contratações em 2023, o maior em dez anos”, afirma José Roberto.
Pelo lado das altas, os preços mais salgados estão com calçados infantis (10,1%), livros (9,9%) e perfumes (8,5%). (veja lista completa abaixo)
Câmbio ameno impulsiona importações
A taxa de câmbio mais amena em 2023 levou a um aumento recorde nas importações de produtos natalinos pelo varejo. Em novembro, a taxa média era de R$ 4,94 – 6,8% menor na comparação com o mesmo mês do ano passado (R$ 5,29).
Com isso, de setembro a novembro, as importações somaram US$ 476 milhões, o maior volume em nove anos. Em 2014, o total de desembarques foi de US$ 487,9 milhões.
Entre os itens mais importados estão pescados e carnes típicas, com crescimento de 15%; e oleaginosas – como nozes, sementes e castanhas – com avanço de 43% nos desembarques no Brasil.
“O Natal é uma data bastante dolarizada e sempre que a taxa de câmbio recua, isso favorece as importações. Portanto, o Natal de 2023 será de mais presentes importados”, conclui o presidente da CNC.
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