Como planejar a entrada e o financiamento de um imóvel?
Além desses gastos, deve-se considerar despesas de documentação e custo de vida em novo bairro
Comprar um imóvel é o sonho de muitas pessoas, e com várias opções de financiamento disponíveis no mercado, é possível realizá-lo. Porém, a falta de planejamento adequado e imprevistos podem atrapalhar o pagamento das parcelas e até ocasionar a perda do imóvel.
Para que o seu sonho não vire um pesadelo, confira a seguir as recomendações de Carol Stange, planejadora e educadora financeira.
O que saber antes de financiar um imóvel?
Esses são alguns dos erros mais comuns observados por Carol Stange:
As pessoas consideram os custos de entrada e financiamento, mas se esquecem de outras despesas: “Em muitos casos, gastos de decoração, reforma, escritura, entre outras, consomem de 40 a 50% do valor total de um orçamento”, avalia a planejadora financeira.
É comum que a compra de um imóvel venha acompanhada da mudança para um novo bairro ou região da cidade. “Nesse caso, é também preciso levar em conta quais serão os novos gastos de supermercado, farmácia, trajeto ao trabalho e nova escola para os filhos”, observa Stange.
Como antecipar a entrada e o financiamento de um imóvel?
Uma vez que valores de imóveis variam muito, é uma boa ideia seguir algumas orientações que se adequam a qualquer orçamento.
Para Stange, esses são os principais pontos a serem considerados:
- É preciso levar em conta que quanto maior for o valor de entrada, menor serão os juros do financiamento.
- Nunca se deve esquecer que o financiamento é uma despesa de longo prazo, que pode se estender de dez a trinta anos. Nesse período, é muito provável que imprevistos aconteçam, como a perda do emprego, por exemplo.
- Quanto maior for a participação de juros prefixados num financiamento de imóvel, mais segurança haverá.
A recomendação da planejadora financeira diz respeito à presença de várias taxas no contrato de financiamento, como as pagas à corretora ou imobiliária e as cartorárias, decorrentes de registros do imóvel em órgãos públicos.
As taxas prefixadas, por sua vez, são todas cujos juros são definidos no momento da assinatura do contrato. Elas não se alteram durante todo o período contratual, o que oferece previsibilidade e segurança. Existe também as chamadas linha de crédito com garantia de imóvel.
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Outra recomendação é pesquisar com antecedência sobre as instituições financeiras e os contratos que oferecem. “De preferência, deve-se optar por instituições conhecidas no mercado. Quando não se conhece a empresa, é muito importante verificar se ela tem cadastro no Banco Central”, recomenda Stange.
A consulta de instituições cadastradas pode ser feita pelo site do Bacen.
Como evitar dívidas no financiamento de imóvel?
“Se há parcelas em atraso, é preciso falar com o banco para negociá-las e assim evitar o maior risco: a perda do imóvel. No caso de dívidas, outra saída pode ser um empréstimo que cubra todo o valor restante do financiamento.
Na prática, há troca de uma dívida por outra, mas também haverá mais tempo para liquidar o débito mais recente”, observa Stange.
Vale lembrar que, já dito acima, o financiamento de um imóvel é um investimento de longo prazo e vários imprevistos podem acontecer nesse período.
Existe também a saída de tomar um empréstimo e oferecer o imóvel como garantia, mas a educadora financeira alerta que essa é uma estratégia arriscada. “Pode ser melhor vender o carro ou outro bem para ajudar nas dívidas do financiamento”, aconselha Stange.
Para mais conceitos de finanças pessoais, não deixe de acessar os conteúdos gratuitos do HUB de Educação Financeira da B3. Este, sobre Como Organizar suas Finanças, pode ser um belo primeiro passo.