Da ativa aos ativos: conheça o militar que deixou a farda para ganhar a vida com fundos imobiliários
Danilo Carvalho, de 32 anos, reverteu a situação financeira enrolada em dívidas ao buscar mais conhecimento em finanças
Por Rogério Piovezan
Passar em um concurso e ter uma vida estável. Esse pode ser o objetivo financeiro da maioria dos brasileiros, mas há quem tenha passado por isso e não tenha ficado satisfeito porque a situação financeira não andava bem organizada. Isso foi o que levou o carioca Danilo Carvalho, de 32 anos, a deixar a farda militar para trás e a encarar o mundo do mercado financeiro.
Filho de empregada doméstica e de pedreiro, Carvalho não nasceu em berço de ouro, mas buscou nos estudos um caminho para a riqueza e, agora, atua como analista de investimentos de fundos listados, como FII, Fiagro e FI-Infra. Além disso, ele coordena uma equipe de analistas voltados para criação de carteiras recomendadas.
Ao passar no concurso militar da Marinha do Brasil, aos 17 anos, pouco antes de terminar o Ensino Médio no Rio de Janeiro, Carvalho já tinha uma perspectiva de carreira como fuzileiro naval. Apesar da estabilidade que a vida militar proporciona, ele conta ao Bora Investir que — a despeito do fácil acesso ao crédito que os militares possuem — ele não tinha tanto conhecimento sobre como organizar as próprias finanças, o que gerou uma bola de neve em dívidas.
Esse despertar para organizar as contas ocorreu quando Carvalho se casou em 2014, momento em que não existiam tantos conteúdos acessíveis na internet sobre investimentos, mas sim sobre finanças pessoais, segundo ele. Porém, Carvalho diz que foi através do livro “O Homem Mais Rico da Babilônia”, de George Samuel Clason, que descobriu um caminho para se aperfeiçoar com as finanças.
“Saí das dívidas e fiz minha reserva de emergência. Comecei a estudar sobre Tesouro Direto e comecei a olhar para outros produtos, como fundos imobiliários e ações”, conta.
Fundos imobiliários
A rotina não permitia descanso. Carvalho levantava por volta de 5h30 para ir até a base da Marinha onde cumpria com os deveres militares até as 16h. De lá, ele ia direto para a faculdade estudar engenharia mecânica, que começava às 18h40. No intervalo que antecede a aula ele aproveitava para dividir os estudos em dois momentos, sendo um voltado para a faculdade e outro para os próprios objetivos financeiros.
“Eu me apaixonava cada vez mais pelo mundo dos investimentos. E essa era minha rotina até me formar”, lembra.
Os fundos imobiliários atraíram a atenção de Carvalho quando ele precisou servir à Marinha no Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Mas por que? Ele recém havia comprado uma casa financiada no Rio de Janeiro e precisou lidar com a cobrança de aluguel, para fazer o imóvel render mesmo estando longe.
“Eu fiz minha reserva e comecei a investir com frequência em fundos imobiliários e em ações com minha carteira de pessoa física. Eu continuei estudando sobre investimentos e sobre o que eu entendia, eu escrevia e compartilhava entre grupos de estudos internos. Então, eu queria viver disso.”
Transição de carreira
Ao voltar para casa no Rio de Janeiro, em 2018, Carvalho decidiu investir na transição de carreira. Para sair da vida militar, ele precisou tirar uma licença não remunerada na qual continua até hoje. Foi uma forma, segundo ele, de sair mais rápido do meio militar e garantir, ao mesmo tempo, que ele pudesse retornar ao serviço como fuzileiro naval. Porém, a ideia de retornar para a rotina militar já foi descartada.
Assim, ele teve mais liberdade para participar de eventos voltados ao mercado financeiro, onde conheceu colegas e ampliou a rede de contatos. Carvalho, então, se deparou com a possibilidade de ser certificado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que oferece o Certificado Anbima de Especialistas em Investimento (CEA). Ao conquistar o certificado, ele passou a fazer palestras para que mais potenciais investidores pudessem conhecer o mercado de capitais.
Ao ampliar a carteira de investimentos, Carvalho conta que agora não está mais em uma situação financeira enrolada, que saiu do aperto e, hoje, consegue administrar as próprias finanças, além de ter se tornado pai de duas meninas.
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