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Calma! Como conviver com as oscilações do mercado de ações

O sobe e desce da bolsa deixa muitos investidores preocupados, mas esse é um comportamento esperado para esses ativos; veja como se preparar para não tomar a decisão errada

Desempenho de ações na bolsa de valores. Foto: Pixabay
Desempenho de ações na bolsa de valores. Foto: Pixabay

Talvez nem mesmo os investidores mais experientes consigam se manter indiferentes quando as ações negociadas na bolsa de valores oscilam demais. Se os preços disparam, é alegria na certa. Mas se o movimento for inverso, espalha insegurança e ansiedade entre os donos de papéis. Diante desse vai-e-vem, como lidar com as oscilações e não se decidir pela compra ou venda do papel no momento errado?

Amanda Notini, sócia da One Investimentos, explica que esse ambiente de oscilações não deve motivar decisões tomadas por impulso. Para isso, é muito importante entender os reais motivos do investimento e o que pode influenciar as variações de preço.

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“É supernormal que as oscilações aconteçam. Nem sempre é por conta de algo específico com a empresa. Portanto, é importante que, antes de tomar qualquer decisão, entender o que está acontecendo e por que o papel está oscilando”, diz Amanda.

O que analisar antes de comprar ou vender a ação

Antes de tomar uma atitude precipitada, é necessário analisar alguns pontos, como:

– Situação da empresa

– Em qual setor a companhia está inserida

– Quais são as perspectivas, segundo com o cenário atual

– O que pode impactar a empresa e o setor

Felipe Moura, sócio e analista da Finacap Investimentos, reforça o papel da educação financeira para quem tem planos de investir em ações. A busca por informações sobre o funcionamento dessa classe de ativos vai ajudar a entender, por exemplo, que o movimento de valorização e perdas é natural e que não necessariamente vai afetar o valor e as perspectivas de retorno daquele ativo.

Investimento não pode gerar ansiedade

Se mesmo ciente da lógica por trás das cotações o investidor se sente desconfortável, Moura sugere a troca de ativos por produtos que façam mais sentido para o perfil do investidor.

“Esse desconforto pode ser sinal de que a aplicação não é adequada para a sua capacidade de tomar riscos. Ou seja, você não está preparado para o nível de volatilidade que ela pode gerar”, aponta o analista da Finacap.

Nesse caso, acredita Moura, o indicado é contar com o assessoramento de especialistas que possa identificar as oportunidades que mais combinam com seus objetivos e perfil.

Olho no cenário

Outra característica do mercado de ações é que não existe uma variação razoável ou por tempo determinado. O que pode ser considerado preocupante, de acordo com a sócia da One Investimentos, é caso o cenário mude para a empresa e e a companhia comece a reportar resultados ruins ou piores do que as expectativas de mercado, pois isso acaba frustrando os investidores e pode jogar o preço da ação para baixo.

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Mas antes de reduzir a posição em ações diante de uma queda na cotação, é importante entender o que está acontecendo. Se a queda ocorreu em função de resultados ruins ou perspectivas piores para a empresa, pode fazer sentido reduzir a posição. “Esse cenário pode provocar a revisão do valuation (análise mais criteriosa sobre o preço justo da ação) e expectativa de resultados futuros para a empresa”, aponta Amanda.

No entanto, caso seja algum movimento de mercado motivado por outras razões que não têm a ver com a empresa em si, como fatos políticos, pode ser uma oportunidade para aumentar a posição na ação.

Um norte para os investimentos

Antes de começar a investir em ações, recomenda Moura, é importante a definição das premissas que vão nortear a escolha de ativos, aportes e saques. O primeiro ponto, que é importante, é qual será o percentual a ser colocado em ações. Se o investidor determinar que terá no máximo 4% em papéis de empresas, isso pode ajudar a suportar as oscilações com mais tranquilidade, já que o restante da carteira está pulverizado em outros ativos.

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“Determinar os percentuais de cada ativo na carteira vai permitir que você saiba de antemão o máximo que vai aceitar na variação dos preços das ações, tanto na valorização quanto na desvalorização”, observa Moura.

Em resumo, ter parte dos ativos aplicados em ações, assim como em qualquer outra classe de ativo, exige conhecimento, planejamento e muita calma. “Acima de tudo, é importante sempre ter conhecimento sobre o investimento para que ações não sejam tomadas por impulso”, indica a sócia da One Investimentos.

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