Investir melhor

Como organizar as contas e conquistar a independência financeira?

Professor da B3 e Murilo Duarte, do canal Favelado Investidor, ensinam como organizar as contas e chegar mais próximo do seu objetivo

Seja comprar um carro, planejar uma viagem, manter uma reserva de emergência, ou, ainda, complementar a aposentadoria, investimentos sempre devem visar a algum objetivo. Desse modo, fica mais fácil aplicar a estratégia definida e ir até o fim no que foi planejado. Nesse sentido, também é possível aplicar tendo como meta conquistar a independência financeira.

Para ajudar você a chegar mais perto dessa meta almejada por tantos, reunimos a seguir algumas dicas dos especialistas Arthur Moreira, professor da B3 Educação, e Murilo Duarte, youtuber e fundador do canal Favelado Investidor.

O que é independência financeira?

Como o próprio nome indica, independência financeira significa não depender de ninguém para pagar contas. No mundo das finanças, o termo pode ser entendido como ter aplicações com rendimentos que permitam ao investidor parar de trabalhar.

Arthur reconhece que tal independência, embora desejada por muitos, pode ser difícil de alcançar em certos casos, pois ela depende do custo de vida de cada um, da variedade das aplicações, entre outros fatores. Por isso, independência financeira também pode ser entendida como um complemento de renda, isto é, rendimentos de aplicações que caminham ao lado do salário, fazendo com que o investidor não dependa apenas de uma fonte.

Qual o primeiro passo para atingir a independência financeira?

Seja qual for o objetivo, antes de começar a investir é necessário organizar as finanças pessoais. Murilo lembra que o primeiro passo deve ser o controle sobre receitas e gastos, chamando atenção para o fato de que muitas pessoas podem não ter noção de quanto ganham – por exemplo, acreditando que recebem exatamente o valor registrado na carteira de trabalho, esquecendo de impostos e deduções.

Passada a fase de controle do orçamento, Arthur lembra que o próximo passo deve ser a disciplina, fundamental para quem deseja começar a investir. Nesse sentido, investidor iniciante precisa criar o hábito de aplicar todo mês. O professor faz esse aviso, pois conhece casos de pessoas que optam por investir apenas quando sobra dinheiro no final do mês, o que pode ser impraticável, pois sempre há o risco de imprevistos.

Portanto, investir deve ser tão obrigatório quanto pagar as contas.

Mas, atenção! Murilo alerta que o melhor momento para começar a investir é quando a pessoa já adquiriu alguns conhecimentos básicos. Por isso, fontes confiáveis de informação, como sites e livros, devem ser usadas como material de estudo. A B3 tem um hub dedicado à educação financeira com conteúdos também para iniciantes.

Comece com a ajuda de um gestor profissional

No mundo da renda variável, uma boa porta de entrada podem ser os fundos de investimento, pois possuem diferentes categorias, como de renda fixa ou de ações, por exemplo, e contam com gestão de profissionais. A recomendação de Arthur é escolher um fundo que seja adequado ao perfil de investidor de cada um. No caso da renda variável, o professor lembra dos ETFs, fundos negociados em bolsa que têm sua performance atrelada a um índice de referência.

Os fundos são uma forma fácil de diversificar a carteira de investimentos, pois são compostos por diferentes ativos e, no caso dos ETFs, é possível acompanhar qual será o rendimento aproximado do fundo de ações a partir dos índices de referência.

Para se aprofundar no assunto, leia também: ETF: tudo o que você precisa saber antes de investir

Existe o “melhor investimento”?

Essa é uma dúvida comum de quem possui como objetivo conquistar a independência financeira. Arthur é categórico ao afirmar que nenhum investimento é melhor que o outro, mas determinados portfólios de aplicações são mais adequados a certos perfis de investimento.

Portanto, se um investidor iniciante copia o portfólio de outro mais experiente e bem-sucedido, pode não obter os mesmos resultados, pois são as circunstâncias de vida de cada um que devem ser as bases da carteira. Lembrando que os investidores mais moderados são aqueles com pouca tolerância a riscos, portanto, focados em investimentos com retornos financeiros mais previsíveis; já os perfis arrojados estão mais dispostos a assumir os riscos de aplicações mais incertas quanto aos retornos.

De todo modo, quando se busca a independência financeira, é importante ter rendimento acima da inflação, ou seja, retorno financeiro que cubra o aumento do custo de vida. Investimentos com rentabilidade atrelada à inflação (IPCA) podem ser incorporados ao portfólio para que os investimentos mantenham, no mínimo, o mesmo poder de compra. Um exemplo é o Tesouro IPCA+, com rentabilidade formada pela taxa de inflação acrescida de uma porcentagem de juros – portanto, rendimento acima da inflação de determinado período.

*As informações acima foram divulgadas durante transmissão ao vivo promovida pela B3 no dia 29 de setembro de 2021.

Quer continuar aprendendo sobre finanças e dar um salto para sua independência financeira? Podemos te ajudar! Por aqui, temos uma seção inteira para te ensinar a investir melhor. Boa leitura!