Investimentos no Brasil aumentam 7,6% no primeiro semestre de 2024
Volume de investimentos somou R$ 6,96 trilhões no final de junho
Os investimentos dos brasileiros aumentaram 7,6% ao longo do primeiro semestre de 2024, para R$ 6,96 trilhões, mostrou um levantamento feito pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) divulgado nesta terça-feira (13/08).
Ademir Correa Júnior, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima, destacou que o cenário macroeconômico foi favorável para os investimentos em renda fixa neste ano. “A gente nota que a renda fixa cresceu 10,1%, e foi uma tendência, pois o investidor ainda está tentando capturar a Selic com dois dígitos”, comentou.
Outro segmento que apresentou crescimento expressivo foi a previdência privada. Esta é a primeira vez em que a Anbima considera os investimentos nessa categoria, que cresceu 10,8% de dezembro a junho.
Os produtos híbridos, categoria que considera fundos multimercados, cambial, fundos imobiliários, ETFs e COE, aumentaram 1,2%. A renda variável, por sua vez, apresentou retração de 0,5%.
CDBs ainda dominam carteiras
O levantamento trouxe também um recorte por produto de investimentos. Os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) continuam na liderança, com R$ 975,8 bilhões investidos, alta de 13,1% na comparação com o fim do ano passado.
Em seguida, aparecem as ações, com R$ 692,8 bilhões, queda de 1,5%. Vale pontuar, entretanto que no segmento de varejo, os investimentos em ações aumentaram 2,7%, enquanto no private, caíram 3,4%. “A gente nota que o público do varejo está vendo oportunidade, procurando que hora entrar no mercado [de renda variável] e procurando diversificar”, comentou o presidente da Anbima.
Os investimentos em títulos públicos cresceram 15,5%, para R$ 173,1 bilhões, mas continuam muito atrás dos CBDs, ações, LCIs e LCAs.
Investimentos isentos crescem apesar de novas regras
As Letras de Crédito do Agronegócio e Letras de Crédito Imobiliário ficam com a terceira e quarta posição, respectivamente, dos instrumentos mais usados, com alta de 3,6% em ambas.
Os Certificados de Recebíveis Imobiliários e Certificados de Recebíveis do Agronegócio tiveram crescimento de 25,5% e 22,9%.
Esse crescimento em todos os produtos acontece apesar das novas normas do Conselho Monetário Nacional (CMN), que entraram em vigor em fevereiro. “As regras limitaram o tipo de empresa que pode emitir CRIs e CRAs. Com isso, o lastro tende a diminuir, ao longo dos vencimentos [dos papéis já emitidos”, afirmou Ademir Correa Júnior. “As regras também alteraram o prazo mínimo de carência para investimentos em LCA e LCI, que passaram de 90 dias para 9 e 12 meses. Esse alongamento reduziu a atratividade sobretudo para aqueles clientes que investiram em isentos de olho numa liquidez num prazo mais curto”, afirmou.
Fundos de renda fixa se destacam
Ao analisar os números referentes aos fundos de investimentos, o presidente da Anbima notou que as novas restrições para os títulos isentos também incentivaram uma migração para fundos de renda fixa (+20,9%) e fundos imobiliários (+20,4%).
Os fundos de ações e fundos multimercados, entretanto, tiveram retração de 4,2% e 1,6%.
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