Quando e como investir em casal?
Muito se fala sobre a necessidade de um casal ter um planejamento financeiro. Mas, e na hora de investir, como fazer: aplicar junto é recomendável?
Por Marília Almeida
O Mês dos Namorados pode ser um bom momento para falar sobre finanças com o parceiro e definir objetivos em comum. Muito se fala sobre a necessidade de um casal ter um planejamento financeiro. Mas, e na hora de investir, como fazer: investir em casal é recomendável?
Existe uma falha operacional no mercado que impede que haja uma conta conjunta de investimentos nas corretoras, assim como a oferecida pelos bancos. Atualmente, só é possível criar uma conta investimento com um único titular e CPF.
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O máximo que se pode fazer, em algumas corretoras, é dar acesso ao companheiro ou cônjuge para que possa monitorar as movimentações da conta. O parceiro poderá até mesmo realizar operações, como transferências e resgates, como um assessor de investimentos faria. Contudo, toda operação precisará passar pela aprovação do titular da conta.
De acordo com Gustavo Cerbasi, planejador financeiro e autor do best seller “Casais inteligentes enriquecem juntos”, uma conta conjunta poderia facilitar o processo de investimento. Isso porque, na sua visão, um casal deve investir separadamente para a conquista de objetivos privados e conjuntamente para objetivos compartilhados.
Namorados devem preferir investir de forma separada
Como o mercado não oferece a possibilidade de uma conta conjunta, o jeito é tomar alguns cuidados enquanto o namoro não evolui para uma união estável ou casamento, diz Cerbasi. “Recomendo investir separadamente e apenas juntar os recursos quando a união for oficializada”.
Isso porque apenas nestas situações, onde existam regimes de bens, o casal não terá de se preocupar com o fato de a conta estar apenas no nome de um deles, explica o planejador financeiro. “Na separação, haverá a garantia, caso o regime seja o de comunhão parcial de bens, de que o valor investido durante a união estável ou casamento será dividido entre os parceiros”.
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Mas isso não quer dizer que cada um deve investir sem conversar com o parceiro, alerta a educadora financeira Simone Sgarbi. “É aconselhável que o casal tenha um plano de investimentos em conjunto para os sonhos em comum. Vão fazer algum financiamento? Investir para uma viagem? Planejar a chegada e um filho? Tudo isso faz parte do planejamento comum”.
Quando a parceria envolve diálogo os envolvidos acabam também falando sobre planos individuais. Essa, na visão de Sgarbi, é a relação mais saudável. “O orçamento de um casal deve ser o mais transparente possível, tanto no que se refere a gastos, quanto aos investimentos”.
Como investir em casal?
A falta de uma conta conjunta oferecida pelo mercado é algo que pode ser contornado para casais que já vivem juntos ou são casados, diz Cerbasi. “O mais importante é que o planejamento financeiro seja feito em conjunto”.
O planejador financeiro recomenda que um dos parceiros seja responsável pelos aportes e criação da conta, mas que o companheiro monitore a evolução das aplicações.
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É bom também sempre conversar sobre quanto da renda familiar está sendo aplicada para objetivos individuais, como forma de evitar conflitos. “O ideal é ter uma conversa mensal sobre o fluxo de dinheiro que será investido tanto na conta familiar como nas contas individuais”.
Segundo Cerbasi, tanto os recursos da reserva de emergência, que devem ser sempre conservadores, quanto o plano de previdência, nos quais é aconselhável ter uma parcela em renda variável, podem ser reunidos e operacionalizado por um dos companheiros.
Em uma eventual separação, bastará transferir a titularidade da metade do valor das aplicações: não é necessário resgatá-las e pagar impostos por conta disso.
Perfis de risco diferentes: o que fazer?
Você é uma investidora arrojada, e seu parceiro tem um perfil mais conservador? É preciso chegar a um consenso, como todas as decisões feitas em casal.
É o que recomenda a educadora financeira Simone Sgarbi. “O casal pode definir que para sonhos individuais cada um investe como bem entender, enquanto para os sonhos em comum precisam ter bem claro qual o seu limite de risco”.
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Ter uma boa reserva de emergência evita brigas no caso do parceiro mais arrojado perder algum valor com um investimento mais arriscado.
Como a separação afeta os investimentos em conjunto?
Se as aplicações foram adquiridas durante a união no regime de comunhão parcial de bens farão parte da divisão dos bens. Se foram adquiridas antes, apenas os lucros da operação podem fazer parte da partilha.
Já no regime de comunhão universal de bens os investimentos e lucros são partilhados, independentemente da data de aquisição, explica Sgarbi.
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Por fim, no regime de separação total os bens e rendimentos são separados e não integram a partilha, em nenhuma situação.