O passo a passo para ter investimentos internacionais diversificados
O brasileiro encontra uma série de opções quando analisa os ativos internacionais; o primeiro passo é entender qual é o objetivo da estratégia
Hoje, as opções para os brasileiros que pensam em diversificar os investimentos no exterior são variadas e permitem uma composição de carteira plural, atendendo a diferentes perfis e objetivos.
Como explica João Maurício Rebouças, sócio e analista da Buena Vista Capital, é possível investir fora do Brasil por meio de produtos financeiros locais com exposição ao mercado internacional. Dessa forma, o investidor não precisa enviar dinheiro para fora do país e não há muitas mudanças na declaração dos investimentos no imposto de renda.
Produtos mais conhecidos
As opções mais conhecidas são fundos de investimento, ETFs (Exchange Traded Fund), COEs (Certificados de Operações Estruturadas) e BDRs (Brazilian Depositary Receipts) – produtos financeiros negociados na bolsa brasileira ou em plataformas digitais como as corretoras.
Esses produtos são regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e seguem as regras tributárias brasileiras. Para investir neles, basta ter uma conta em uma corretora nacional e escolher o ativo.
A compra de BDRs está entre as principais alternativas – são certificados que representam ações emitidas por empresas em outros países.
Os BDRs oferecem a possibilidade de diversificação geográfica, expandido os ativos além do território nacional e se expondo aos riscos de ativos que não são brasileiros, e que assim, não estão sujeitos às questões políticas, à variação da cotação do real, aos problemas e às oportunidades do nosso país.
Conheça quais são principais ativos para ter uma carteira internacional diversificada:
BDR: Os Brazilian Depositary Receipts são recibos de ações listadas em bolsas internacionais negociados na B3. No entanto, investir nesse ativo não é o mesmo que a compra direta das ações. Trata-se da aquisição do recibo que representa o papel no país onde se encontra.
ETF: Exchange Traded Funds são fundos negociados em bolsa que têm como principal característica serem temáticos. Há ETFs atrelados a algum índice de referência, como o Ibovespa ou o S&P 500, os atrelados à inflação ou até fundos que investem em uma cesta de criptomoedas (como bitcoins ou ethereum).
COE: Certificados de Operações Estruturadas combinam a proteção da renda fixa com a possibilidade de ganhos maiores, como se espera da renda variável. Além disso, permitem acessar diversos ativos internacionais. Com essas características, é uma alternativa para quem busca ganhos sem correr muito risco.
Diversificar com pouco recurso
Luciana Ikedo, educadora financeira, acredita que o investidor que pretende montar uma carteira internacional tem a alternativa de diversificar desde o início. Quando o valor for baixo, essa diversificação pode fazer isso por meio da compra de um ETF ou de cotas de fundos de investimentos. Assim, completa, é possível maximizar os resultados e mitigar os riscos.
A educadora financeira orienta que, no caso de BDRs, a aquisição seja feita, preferencialmente, por meio de fundos ofertados no Brasil que investem no exterior. Segundo a especialista, para fazer esses aportes é possível utilizar a conta de investimentos convencional. O aporte é feito em reais, podendo ou não ter exposição cambial.
Já a gerente geral na Conduit, Georgia Sanches, indica que o ideal é começar como uma diversificação de carteira e ir aumentando os fundos com o tempo.
“Se há alguma curiosidade para começar esse investimento, há uma alternativa em começar pequeno e fazer testes até entender na prática como o investimento está se comportando ao longo do tempo”, diz.
Veja alguns cuidados quando investir no exterior
– Ao investir em ativos estrangeiros, é preciso ter cuidado com a variação cambial. O câmbio pode ser bastante volátil e representar variações negativas.
– No caso de investimentos internacionais tokenizados ou representados em stable coins, a recomendação é checar se a empresa que está oferecendo esse investimento é um Money Service Business regulado no território americano e se tem uma licença chamada Reg D (que permite que empresas possam emitir securities corporativas).
– Ainda sobre os ativos tokenizados, é importante pedir relatórios de provas de reservas do emissor e entender como a empresa estrutura seu processo de due diligence.
Para saber ainda mais sobre investimentos e educação financeira, não deixe de visitar os cursos do Hub de Educação da B3. Este é para quem quer aprender a investir em ETFs.