4 erros financeiros para evitar ao mudar de cidade
Sair do interior para a capital, por exemplo, demanda atenção em gastos que antes não eram necessários
Por Rogério Piovezan
Receber uma proposta de emprego em outra cidade ou estado mexe com as emoções. Isso porque essa novidade vem acompanhada de uma mudança de vida, sobretudo se for uma mudança do interior para uma capital, por exemplo. Tudo isso passa por organizar as contas e estabelecer os objetivos financeiros de forma correta.
Evitar um descontrole orçamentário pessoal durante esse processo é um desafio. Por isso, o Bora Investir conversou com dois especialistas para elencar os principais erros cometidos nas finanças pessoais e como evitá-los. Confira.
Não ter uma reserva de emergência
Antes de se mudar, monte uma reserva de emergência para lidar com as despesas extras que possam surgir de repente, recomenda o professor de finanças da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Fernando Henrique Dias.
“O ideal é mudar com um capital. Ou seja, você precisa ter no mínimo três vezes mais o valor da sua renda como reserva de emergência“, afirma.
Não calcular os custos fixos
Não prever os custos fixos pode trazer dores de cabeça. O professor traz o exemplo da própria rotina, em que vive viajando a trabalho entre Cuiabá, Goiás e Brasília.
“São três diferentes custos de vida. Quando você vai morar em outra cidade, tem que fazer uma matemática. Se você ganha R$ 15 mil em Cuiabá, mas recebe a mesma proposta em Brasília, será que é a mesma coisa? Obviamente não, porque o custo de vida em Brasília é mais alto”, observa.
O custo de vida engloba os chamados custos fixos. São as despesas que entram no orçamento de forma obrigatória e recorrente, como aluguel, conta de luz, água, internet, telefone, entre outros.
“Antes de se mudar ou aceitar uma proposta de emprego, você precisa pesquisar quanto é o aluguel, a alimentação e o combustível. Isso são custos fixos. Depois de colocar na caneta, você consegue comparar com a cidade em que você está.”
Por exemplo, se você tiver um ganho no salário de 25% acima do que pode aumentar o seu custo de vida, então é um cenário positivo para realizar a mudança, diz Dias.
“Faça as malas agora. Isso em termos de finanças. Lembrando que qualidade de vida não é um fator direto de finanças. Qualidade de vida é um fator subjetivo.”
Esquecer os novos custos
Diogo Angioleti, especialista em finanças e comportamento do Sistema Ailos, destaca o peso dos novos custos sobre o orçamento pessoal nessa transição de vida.
Esse exemplo se aplica geralmente aos casos em que a pessoa sai do interior para a capital. “As capitais até têm alguns descontos, mas a alimentação e aluguel saem mais caros. O transporte e entretenimento pode estar mais disponíveis, mas precisam ser previstos. Tem que prever esses custos, com consciência.”
Despesa adicional
Outro detalhe apontado por Angioleti é deixar no orçamento um percentual para imprevistos. Essa é uma margem que pode trazer alívio. Não é a reserva de emergência, apesar de ser parecida, mas uma folga no orçamento mensal, depois de todas as despesas previstas.
“Anote tudo, até despesa adicional, e deixe um percentual a mais para você estar protegido. Tenha um fundo de emergência robusto e busque fontes de renda extra também. Tem que detalhar o plano e seguir com disciplina para seguir sempre. Mudanças são desafiadoras, mas com disciplina isso pode ser uma transição saudável.”
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