Organizar as contas

Como quitar um imóvel antes do tempo? Veja as dicas

Procurar taxas mais vantajosas no mercado e amortizar saldo devedor são meios de se livrar da dívida com mais rapidez

Casa de brinquedo com moedas
Pode-se optar por amortização ou adiantamento de parcelas. Foto: Adobe Stock

Se dever durante um longo tempo nunca é uma boa ideia, no caso de um imóvel é difícil fugir desse quadro, já que poucos têm recursos para pagar uma casa ou apartamento à vista.

Entretanto, há alguns meios para quitar esse imóvel antes do tempo, sendo necessário que o devedor adote algumas estratégias e nunca pare de buscar taxas mais vantajosas em sua instituição ou em outras do mercado.

Confira a seguir as recomendações de Myrian Lund, planejadora financeira e professora de finanças na Fundação Getulio Vargas (FGV).

Como deixar o financiamento imobiliário mais curto?

A maneira mais óbvia de reduzir o prazo de um financiamento é o adiantamento das parcelas. Isso acontece quando, ao sobrar dinheiro do salário ou de outras fontes de receita, opta-se por pagar a prestação de um mês e de alguns meses seguintes.

A estratégia é válida, mas Myrian faz o seguinte alerta: “é preciso sempre ter uma reserva de emergência, quantia que em geral cobre de três a seis meses dos gastos de um orçamento pessoal. Pensando nisso, e mesmo se sobrar algum dinheiro no final do mês, nunca é aconselhável esgotar as reservas para um único fim, como o adiantamento de parcelas de um financiamento.”

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“Outra desvantagem é que, ao antecipar, seguem alguns meses sem pagamento de prestações. Isso pode confundir quem deve, fazê-lo esquecer de pagar quando volta a ser necessário e ocasionar o pagamento de juros devidos a atrasos. Nós nos damos melhor com cobranças quando elas se dão de maneira automática, então é preciso ter cuidado quando há o adiamento de parcelas”, afirma Myrian.

Como amortizar o financiamento imobiliário?

Para tornar o financiamento mais curto, a principal recomendação da planejadora financeira é a amortização. “Ao fazer isso, quem está pagando um financiamento entrega uma quantia ao banco que é descontada do saldo devedor. Com isso, há uma redução automática de parcelas e, dependendo do valor, mais de uma prestação pode ser abatida”, explica Myrian.

Para que a amortização aconteça, o ideal é que ela venha de uma renda extra, como o décimo terceiro, por exemplo.

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Há uma saída para tornar o financiamento não mais curto, porém mais leve, que é negociar com o banco para que o valor das parcelas seja reduzido. Entretanto, não é uma estratégia recomendada por Myrian: “pode não ser o melhor caminho, pois o período do financiamento continua o mesmo, assim como taxas, que podem permanecer inalteradas.”

Para quitar um imóvel antes do tempo, fale com seu banco

Manter contato constante com o seu banco é uma maneira de não perder boas oportunidades. Isso porque várias instituições têm planos de portabilidade, isso é, a troca de um plano de financiamento por outro, com taxas e períodos que podem ser mais vantajosos. Nesse caso, é preciso falar diretamente com a área de empréstimo imobiliário.

Outra saída é a portabilidade de um banco para outro: “um cuidado é sempre olhar as taxas do mercado, ver se alguma instituição oferece um acordo mais vantajoso que o do banco em que se fez o financiamento”.

Outro ponto importante é que, no caso de um imprevisto, como a perda do emprego, é possível falar com o banco e acordar um período sem pagamento das parcelas, como dois meses, por exemplo.

“Quando as prestações voltarem à normalidade, estarão um pouco mais caras, porém é melhor que contratar um empréstimo”, observa Myrian.

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E por falar em empréstimo, a planejadora financeira lembra que é uma má ideia fazer um para ajudar no financiamento:

“Com o empréstimo, contrai-se uma segunda dívida. Além disso, os juros de um empréstimo costumam ser mais altos que o do financiamento, sendo que este conta com o seguro MIP (Morte e Invalidez Permanente). Já os empréstimos não são segurados”, conclui Myrian.

Para mais conteúdo de finanças pessoais, confira o Hub de Educação Financeira da B3.

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