Financiamento estudantil: como não perder o controle das contas
O financiamento estudantil pode ser um aliado para conquistar o objetivo de se formar no ensino superior. Aprenda!
Por Guilherme Naldis
O financiamento estudantil pode ser uma das portas para acessar a sonhada educação superior. Neste caso, o gasto a mais com juros pode valer a pena, já que um curso universitário pode proporcionar mais oportunidades profissionais.
“A educação é, de fato, uma ferramenta de mobilidade social, já que ela pode gerar mudanças no nível de renda”, afirma Paula Bazzo, planejadora financeira da SuperRico.
Contudo, ao escolher uma faculdade financiada, é bom se planejar para já ir guardando os valores necessários para pagá-la depois.
Segundo a especialista, é preciso reconhecer que o financiamento estudantil é uma dívida futura. “É necessário ter as contas em dia e se questionar: “essa conta caberá no meu bolso?”, sugere.
O que levar em conta na hora de fazer um financiamento estudantil?
Bazzo recomenda que se pesquise qual o salário médio de um profissional recém-formado do curso escolhido, de maneira a avaliar se dá, ou não, para encarar um empréstimo desse porte.
“Contratar um financiamento para a educação é interessante para quem não tem outra opção. Mas, assim como ao contratar um financiamento para o carro ou a casa, tomar um financiamento estudantil exige realizar um estudo prévio de curto, médio e longo prazo”, pondera.
Também é preciso avaliar os juros do financiamento. Aqui entra a boa e velha pesquisa de preço: é necessário fazer simulações e comparar as ofertas. “Tradicionalmente, as linhas de crédito universitárias são melhores do que as convencionais. Mas é preciso checar as diversas ofertas para ter certeza de que você está fazendo a melhor escolha”, diz Bazzo.
Outra opção, segundo a planejadora, é verificar se a própria universidade não dispõe de uma linha de crédito para quem é estudante, feita em parceria com alguma instituição financeira.
Como se preparar para contratar um financiamento estudantil?
A planejadora financeira certificada pela Planejar, Adriana de Arruda, preparou seis passos para que você consiga estudar em paz, sem que a dívida com a faculdade tire a sua concentração.
“É preciso entender que, ao assumir este compromisso, o estudante terá uma dívida que deverá ser paga num futuro incerto e não tão distante, com juros”, afirma. Ela explica que não há nenhuma garantia de emprego quando a formatura acontecer. Por isso, é necessário ter cautela.
Para que este sonho não vire um pesadelo, é importante se atentar a vários aspectos. Bora se planejar!
1. Analisar o contrato
É muito importante saber o total da dívida, o prazo para o pagamento, os juros do financiamento e o valor das parcelas. Estas informações ajudarão a entender quanto da sua renda mensal será comprometida.
O ideal é que a soma não passe de 20% da renda líquida. Além dessas informações, vale estar ciente e conhecer as regras, penalidades e consequências dos pagamentos atrasados.
2. Colocar no papel
Colocando todos os custos no papel é possível estudar o orçamento e saber se ao final do mês está sobrando ou faltando dinheiro.
Se faltar, é necessário rever os gastos e aumentar a entrada de dinheiro, buscando renda extra.
Deixar um espaço no orçamento permite fazer com que sobre dinheiro no final do mês para a formação de uma reserva financeira para gastos inesperados.
+ Veja também: 5 planilhas de gastos pessoais gratuitas para organizar o orçamento
3. Deixar uma folga no orçamento
Dessa forma, é possível driblar a necessidade de ter de pegar um empréstimo com juros altos, que poderiam impactar o orçamento de forma negativa.
4. Evitar a “bola de neve”
Ao deixar de pagar a parcela do financiamento, o seu nome será negativado.
Com o “nome sujo”, haverá uma maior dificuldade em conseguir um emprego. Ninguém quer estar nesta situação, não é mesmo?
5. Planejar o financiamento estudantil
Imagine-se depois da formatura. Quais são os seus planos? Comprar um apartamento, morar com alguém, comprar um carro e fazer um intercâmbio podem ser alguns deles.
Simule um orçamento do futuro considerando o novo salário e as despesas adicionais com o objetivo que está imaginando.
Com este planejamento, é possível fazer escolhas e priorizar aquilo que for mais importante, sem perder de vista a parcela do financiamento universitário.
6. Renegociar a dívida
Se você tiver esta oportunidade, aproveite a chance para limpar o seu nome ou renegociar opções de pagamento mais leves.
Não deixe, contudo, de verificar se a nova parcela caberá no seu orçamento diante dos gastos já existentes.
Para saber ainda mais sobre investimentos e educação financeira, não deixe de visitar o Hub de Educação da B3.