Organizar as contas

Por que jovens investem mais pelo app do banco do que em corretoras?

As razões disso podem estar ligadas ao comportamento social de cada geração

Homem segurando um celular com a mão esquerda e mexendo nele com a mão direita.
Maioria da geração Z prefere investir pelo app do banco do que por corretoras. Foto: Adobe Stock.

A maioria dos jovens da geração Z, de 16 a 27 anos, prefere investir através do aplicativo do banco do que abrir uma conta em corretora de investimento. Esse número chega a 63% dos jovens com essa preferência, de acordo com a 7ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

Conforme o estudo, as razões disso podem estar ligadas ao comportamento social de cada geração. Além disso, a facilidade e confiança com uma marca, como o banco, por exemplo, também explica esse hábito.

Mas existe uma parcela de 15% da geração Z que gosta de ir pessoalmente até uma agência bancária, enquanto 2% preferem ligar por telefone para a instituição e organizar os investimentos.

A pesquisa, feita em parceria com o Datafolha, ouviu 5.814 pessoas das cinco regiões do País entre os dias 6 e 24 de novembro de 2023. Os dados foram divulgados em abril deste ano.

Os millennials, de 28 a 42 anos, também seguem a mesma tendência, com 61% que preferem investir através do aplicativo do banco.

Facilidade e familiaridade

O que pode explicar as razões por trás desse hábito é a facilidade, simplicidade e familiaridade que os jovens sentem com o aplicativo do banco. Isso se aproxima do que a literatura comportamental classifica como heurística da familiaridade. É o que afirma Annaysa Salvador, professora de comportamento do consumidor e pesquisa de mercado na ESPM.

“Muitas vezes eles podem se sentir mais seguros em investir por um app que eles já conhecem, que se sentem seguros com a marca e que já construíram um relacionamento. Em estudos comportamentais costumamos chamar isso de heurística da familiaridade. É um atalho mental que os tomadores de decisão fazem na hora de escolher algo que eles não têm conhecimento suficiente para fazer. Por isso se apoiam em um atalho mental”, explica.

Ela ainda destaca que a confiança prévia com a instituição bancária também tem seu papel. “Eles podem se ancorar na familiaridade com o banco, se apoiar nessa heurística, pelo fato de já ter um conhecimento e uma experiência prévia com o banco, o que ajuda na tomada de decisão [do investimento]. Em geral, esses apps de bancos oferecem a simplicidade que eles já estão acostumados, além de ser tudo integrado dentro de uma plataforma que eles já conhecem”.

Comportamento social dos jovens

A pesquisa da Anbima ainda aponta as diferenças de comportamento social de cada geração na hora de escolher qual melhor caminho para se investir.

“Como um reflexo do comportamento social, a população mais jovem prioriza o meio digital para se relacionar com as instituições financeiras, enquanto as demais gerações ainda preferem o atendimento presencial. Essa é a tendência tanto para a busca de informações sobre o melhor produto de investimento quanto para o momento da aplicação”, diz o estudo.

Preferências de cada geração na hora de investir

Comparado com 2022, a geração boomers, de 63 anos ou mais, prefere ir até uma agência bancária para cuidar dos seus investimentos. Esse número corresponde a 69% dos entrevistados com essa preferência. E a geração X, de 43 a 62 anos, também acompanha essa opção, sendo 51%.

Contudo, o estudo também aponta que 16% dos boomers usam o aplicativo do banco para aplicar recursos. Porém, quando perguntados sobre a aplicação pelo site do banco, apenas 4% disseram que o fazem.

A tecnologia como aliada das finanças é uma realidade que veio para ficar. A pesquisa mostra que são crescentes o conhecimento e o uso dos bancos digitais pela população. Além disso, os aplicativos das instituições financeiras mantiveram a liderança entre as escolhas de investidores e investidoras para aplicar o dinheiro. Por outro lado, a consulta sobre os produtos de investimento ainda é feita presencialmente pela maioria das pessoas”, diz o documento.

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