Onde investir o caixa de uma microempresa? Confira
Gestão da microempresa deve priorizar ativos de baixo risco e liquidez
Por Victor Rabelo
Gerir uma microempresa envolve diversas preocupações financeiras que são fundamentais para garantir a saúde e sustentabilidade do negócio. Controle do fluxo de caixa, custos operacionais, impostos e obrigações fiscais, além do investimento para melhorias, são alguns pontos que fazem parte de uma gestão financeira bem-sucedida.
E uma dúvida que pode surgir aos microempresários interessados no crescimento de seus empreendimentos é como investir o caixa de suas empresas, buscando o melhor rendimento possível e segurança.
Organizando as contas
Antes de fazer qualquer investimento, o gestor precisa estar com sua empresa organizada financeiramente e com controle total sobre o fluxo de caixa. “Uma gestão financeira sólida começa pela disciplina de separar as finanças pessoais das empresariais e manter controles confiáveis de entradas e saídas. A partir disso, torna-se fundamental adotar um planejamento financeiro recorrente e atualizado, que envolva o acompanhamento periódico dos indicadores da empresa, a revisão de cenários econômicos e a adaptação das estratégias sempre que necessário”, diz Enrico Vieira, especialista em investimentos e sócio da The Hill Capital.
Jeff Patzlaff, planejador financeiro CFP e especialista em investimentos, também indica separar dinheiro pessoal do empresarial e ter uma conta bancária exclusiva da empresa. Além disso, para ele, “todos os meses o microempresário deve projetar receita esperada, custos fixos, variáveis, fluxo de caixa futuro, isso ajuda evitar surpresas”.
Patzlaff acrescenta que, ao investir o caixa da empresa, é importante que o gestor tenha controle não só dos valores, mas das entradas e saídas também. “Quanto mais rápido entra o dinheiro, mais cedo ele pode render. Planejar o fluxo de caixa, saber exatamente quanto entra e sai nos próximos meses, para não deixar o caixa negativo nem deixar dinheiro parado demais sem uso pode ajudar a render o caixa”.
Onde investir o caixa da microempresa
Vieira explica que a gestão de caixa deve priorizar ativos de baixo risco e com liquidez aderente ao fluxo operacional e às necessidades de provisionamento, funcionando como um pilar de proteção e fortalecimento da estrutura financeira.
“Os microempresários podem aproveitar o atual cenário de juros elevados para rentabilizar o caixa de forma estratégica. Ao aplicar em instrumentos conservadores de renda fixa, é possível trazer previsibilidade, segurança e uma boa remuneração, sem comprometer a atividade principal da empresa”, diz
Para ele, “o caixa pode ser direcionado a ativos de renda fixa, como títulos públicos, CDBs de grandes instituições, operações compromissadas e fundos de caixa conservadores”, afirma. Vieira destaca que ainda que, mais do que o produto em si, o que importa são as características: segurança de crédito, liquidez adequada e previsibilidade de retorno.
Já Patzlaff indica que “os recursos que ficarem menos de 30 dias aplicados podem ser aplicados em compromissadas, que rendem ao dia e não têm IOF (imposto que reduz o rendimento até 30 dias da data da aplicação)”. Ele acrescenta que “o CDB com liquidez diária rendendo 100% do CDI (ou mais) é a melhor alternativa para quem não sabe exatamente quando irá usar ou tem planos de utilizar o recurso nos próximos meses, com rendimento diário e seguro, e conta com FGC, ideal para uma reserva de caixa segura”.
Por fim, o especialista afirma que fundos pós-fixados com liquidez diária e risco baixo, como fundos DIs, são “uma opção interessante por facilitarem a aplicação sempre no mesmo lugar. Mas atenção para a rentabilidade que precisa ser de pelo menos 100% do CDI”, conclui.
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