Quitar dívidas é a prioridade para o 13°, entenda o porquê
Veja o que fazer para virar o ano sem dever nada a ninguém
Por Guilherme Naldis
Adeus dívida velha, feliz dívida nova? Melhor não. Com a chegada da primeira parcela do 13° salário e a segunda vindo aí, muitos consumidores já começaram a planejar sua próxima aventura financeira. Mas, de acordo com a educadora financeira e co-fundadora da Practa, Eliane Habib, o momento é de cautela. Afinal, o começa do ano vem com gastos elevados e que podem bagunçar as contas de 2024 inteiro.
“A gente se empolga com o Natal e com os bônus e se esquece das férias, do IPTU, matrícula escolar, IPVA, da renovação de seguros…”, diz a especialista, alertando para a impulsividade típica do momento. Ela explica que, até fevereiro do ano que vem, diversas despesas recaem sobre o consumidor. “Então é preciso olhar o 13° com parcimônia”, afirma.
Cuidado com o espírito natalino
Habib explica que, normalmente, as pessoas acham que os gastos natalinos, como a compra de presentes, vão gerar satisfação. Mas, na verdade, não há prazer maior do que o sossego de não ter nenhuma dívida, na opinião da especialista. “A gente tem uma tendência de priorizar as alegrias do curto prazo, mas elas podem se tornar dores de cabeça no longo”, diz.
É neste período do ano que as pessoas querem expressar seu amor e sua gratidão através de presentes. Por isso, é preciso tomar muito cuidado, já que os presentes estão com um ajuste de inflação muito acima da taxa de aumento de preços nominal, alerta Jenni Almeida, CEO da Invest4U.
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A sugestão é fazer uma lista de pessoas importantes a quem se queira presentear e tentar distribuir o orçamento disponível entre elas. Assim, vale a pena aproveitar o que restou dos descontos da Black Friday e buscar opções de presentes mais simples, como lembrancinhas. “Peças de artesanato, por exemplo, são muito únicas de cada região e ainda fomentam a produção local”, recomenda Almeida.
Quitar as dívidas é a prioridade
Habib, da Pacta, recomenda que quem tem dívidas deve aproveitar o salário extra para quitar os débitos e não carregá-las para o ano que vem. E, se não for possível zerá-las, deve-se tentar diminuí-las, principalmente as dívidas de cartão de crédito, que são muito caras. Assim, é possível ter mais fôlego para fazer os pagamentos, e capacidade de arcar com novas dívidas se necessário no futuro, diz a educadora.
E quem não está endividado?
O 13° é uma opção para reforçar a reserva de emergência se ela ainda não estiver completa, reforça Almeida. Quem já a concluiu pode partir para a reserva de oportunidade. Para ela, todo mundo precisa ter um bom fundo de renda fixa com liquidez diária sem risco. “Sem orientação financeira, a chance de perder dinheiro no mercado de ações é muito grande, então é preciso ter cuidado na hora de colocar o 13° na renda variável”.
Essa pode ser uma boa oportunidade para quitar suas dívidas. Para quem precisa fazer um planejamento financeiro, a B3 oferece um curso sobre como organizar suas finanças. Na plataforma de educação, também há cursos sobre investimento e muito mais.