Organizar as contas

Solteiros são mais endividados que os casados. Confira dicas de como organizar as contas

Pesquisa do Serasa mostra que 44% dos endividados são solteiros, enquanto casados representam 37%

As vidas dos solteiros e dos casados têm diversas diferenças. E se engana quem acha que pelo aumento de compromissos, os casados se endividam mais. Atualmente, curtir a solteirice tem custado caro no País, ou melhor, está endividando os brasileiros. Pelo menos é o que mostra a pesquisa realizada pelo Serasa.

Segundo a instituição, 44% dos endividados no Brasil se declaram solteiros, contra os 37% dos casados. Divorciados correspondem a 11% e viúvos 2%. Foram entrevistados 5.225 pessoas, de forma online, na base de endividados do Serasa.

Motivos para o endividamento de solteiros e casados

De acordo com a pesquisa, o principal motivo (29%) do endividamento é o desemprego. Os mais impactados são os jovens de até 30 anos (33%) e as mulheres (31%). 

Na sequência dos motivos, 12% assumem o endividamento por conta da redução na receita, 11% fizeram compras no nome de outra pessoa e o responsável não pagou, 8% emprestaram o nome e 8% confirmam falta de controle dos gastos. 

Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios, explica que é perigoso emprestar nome ou cartão a terceiros. “É necessário ter o controle dos gastos da sua linha de crédito, ao emprestar a um terceiro, você perde esse limite e corre o risco de ter dívidas fora do seu orçamento, caso a pessoa não pague. Com isso, é importante evitar essa situação”. 

Onde estão os principais gastos de solteiros e casados

Se endividar para comer é o que tem acontecido com 87% da população brasileira, entre os que usam o cartão de crédito para compras de alimentos (65%) ou para despesas em fast foods e delivery. 

Outro dado alarmante da pesquisa é que 41% dos entrevistados se endividam com compras de remédios ou tratamentos médicos. 

Ainda de acordo com a base de dados, 85% das dívidas por empréstimo de nome estão atrasadas há mais de um ano, 64% delas há mais de dois anos. Muitos brasileiros desconhecem as taxas de juros, os valores das dívidas e como são cobrados. 59% dos entrevistados não têm conhecimento de nenhuma dessas informações. 

“Deve-se ler atentamente os contratos, cláusulas de cartões de créditos e informativos da fatura, acompanhando assim as receitas e o mercado”, destaca Lamounier.

Como cuidar das finanças sendo solteiro ou casado

O especialista garante que é possível ter uma vida social sem entrar no vermelho. Veja algumas dicas, especialmente para os solteiros: 

Analise suas finanças

Muitos brasileiros possuem o hábito de fazer rodízio de contas, ou seja, escolher qual dívida irá pagar no mês, o que acaba comprometendo o orçamento a longo prazo. Para que isso não ocorra é necessário mapear a renda total e organizar as despesas fixas e variáveis, dívidas e pagamentos. A análise inicial faz com que o consumidor visualize o panorama da sua realidade financeira.

Planeje suas despesas

Com o orçamento mapeado, o próximo passo é inserir em seu planejamento regras que ajudem a manter a organização. Uma delas é a 50, 30, 20, sendo 50% para gastos fixos, 30% gastos variáveis e 20% investimentos ou fundo de reserva, que visa priorizar as despesas mais importantes. 

Faça uma reserva de emergência

Criar a reserva emergencial é fundamental para uma vida financeira equilibrada. A reserva fornece tranquilidade psicológica, pois funciona como um seguro que pode ser utilizado para cobrir despesas inesperadas, principalmente em épocas de grandes gastos. 

Reserva de emergência: o que é e como montar a sua?

Evite parcelamentos

O cartão de crédito é um meio de pagamento frequentemente utilizado pelos brasileiros. No entanto é preciso cautela para que o acúmulo de parcelas não pese no valor total da fatura. Diante disso, é preferível que o consumidor realize compras à vista como uma forma de manter o orçamento organizado e evitar possíveis problemas no futuro. 

Estabeleça metas

O estabelecimento de metas e objetivos ajuda a manter o planejamento financeiro anual ativo. Além disso, ter objetivos claros auxilia no cotidiano e faz com que o consumidor não gaste por impulso.

“É possível ser solteiro e ter estabilidade através do planejamento financeiro. Além de prevenir obstáculos e problemas, ajuda a evitar o endividamento através da reserva de emergência”, destaca o especialista.

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