Objetivos financeiros

PlayStation 5: como encaixar a compra do console no orçamento?

Hábito de poupar todos os meses ajuda no planejamento, porém alguns tipos de dívidas vetam a compra do Play 5

Video game em cima da mesa
Os preços do console giram em torno de R$5.000. Foto: Tom Eversley/Adobe Stock

Um dos lançamentos mais aguardados dos últimos anos, o PlayStation 5 chegou ao Brasil em novembro de 2020. O console tem duas versões disponíveis, Edição Digital e PS5 com leitor Blu-Ray Utra HD. No geral, os preços giram em torno de R$ 5.000. Para organizar as contas e planejar a compra de um Play 5 sem apertos no orçamento, confira as dicas de Carol Stange, educadora e consultora financeira.

Como planejar a compra de um PlayStation 5?

Um dos princípios mais básicos do planejamento financeiro é ter noção exata de quanto se ganha e quanto se gasta. Com isso – e se há uma sobra no final do mês – já é possível começar o planejamento do Play 5, levando em conta o valor economizado e os meses necessários para ter o montante total destinado ao console.

Porém, é preciso atenção na hora de montar o orçamento: “A compra de um PlayStation 5 entra na categoria de despesas de lazer, pois não é essencial; numa escala de prioridades, nunca deve ficar na frente de outros gastos, como saúde, estudo e alimentação’, alerta Stange.

Outro ponto de atenção diz respeito à reserva de emergência. Digamos que no orçamento mensal de uma pessoa sobra mil reais; seria possível dizer que, ao final de cinco meses, já se teria o valor necessário à compra. Porém, esse quadro ignora a composição de uma reserva de emergência, já que toda a sobra iria para uma só despesa.

“O ideal é sempre considerar que a reserva de emergência também tem prioridade maior que os gastos com lazer. De um valor que sobra no final do mês, uma parte deve ir para uma reserva”, observa Stange.

O planejamento também envolve a escolha entre as compras à vista e parcelada. “Pagamento à vista só se tiver desconto”, sentencia Stange; a educadora financeira também lembra que se uma loja oferece parcelamento sem juros e pagamento à vista com desconto, na prática o parcelamento tem juros.

Procurar onde comprar pelo melhor preço também sempre é uma dica de ouro. Vale lembrar que, nesta semana, a PlayStation inaugurou uma loja oficial na Shopee com descontos, não só no console do PS5, como também em venda de acessórios e jogos.

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Posso comprar um Play 5 se eu tiver dívidas?

O quadro desenhado acima considera um orçamento em que há sobra de dinheiro no final do mês e não existem dívidas. Mas, uma vez que o número de endividados no Brasil é crescente, muitas vezes é preciso acomodar o pagamento de juros no orçamento.

“O primeiro passo é a organização”, recomenda Stange, “eu sugiro fazer o levantamento de gastos com diferentes bancos e corretoras e organizá-los numa só planilha, o que facilita a visualização das despesas.”

Depois, é preciso analisar quais são os tipos de dívidas que estão comprometendo o orçamento:

“Dívidas de cartão de crédito e cheque especial deixam fora do radar despesas altas de lazer, como é o caso do PlayStation 5. O crédito consignado e outros que demandam baixo pagamento de juros não são impedimentos mandatórios para esse tipo de despesa, mas há riscos”, considera Stange.

Console de presente ou mesada?

Uma vez que o PlayStation 5 e outros consoles são os sonhos de muitas crianças e adolescentes, o planejamento da compra pode envolver os valores de uma mesada.

Considerando que, idealmente, a mesada deve ser divida em períodos de gastos – imediatos, de até seis meses e uma parcela investida ou para projetos mais longos -, Stange considera que os pais têm duas opções: inteirar uma porcentagem ao dinheiro que os filhos economizaram ou suspender a mesada por um período e presenteá-los com o console.

“Na primeira opção, é importante que os pais não antecipem parcelas da mesada, mas apenas completem o valor do PlayStation 5. Já a segunda opção tem a desvantagem de tirar do adolescente a vivência de poupar para alcançar um objetivo, o que é muito importante para o processo de valorização de bens”, explica Stange.

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