Objetivos financeiros

Quer tirar férias? Veja como investir para pagar a viagem de R$ 10 mil, R$ 20 mil e R$ 30 mil

Montar uma estratégia para acumular caixa é fundamental para conseguir realizar a sua viagem dos sonhos

O planejamento para as férias envolve não apenas a escolha do lugar e a melhor época para visitar aquele destino. Muitas vezes, é preciso fazer um caixa para poder pagar as despesas da viagem e aproveitar o período de descanso sem preocupações. 

Além de economizar e reservar o dinheiro, é possível investir esse recurso e contar com o rendimento até a data de partida, sem precisar depender do limite do cartão de crédito para todas as despesas. E, quanto maior for a antecedência desse planejamento, mais dinheiro será possível acumular para viajar bem.

“Quanto mais cedo você começar a investir, mais fácil será acumular o valor necessário para a viagem. O efeito dos juros compostos beneficia quem começa a poupar o quanto antes, fazendo com que o esforço financeiro para alcançar o objetivo seja menor”, afirma Reinaldo Domingos, presidente da DSOP Educação Financeira.

Juros compostos são juros com crescimento exponencial, já que o rendimento acontece sobre o total aplicado e também sobre os juros que o investimento rendeu no mês anterior, potencializando o retorno da aplicação.

Como investir para pagar a viagem de férias

A escolha do investimento para quem quer fazer uma viagem depende do tempo disponível até a data da partida e do perfil de risco do investidor, afirma Domingos.

Quem tem maior disposição a risco pode optar por investimentos mais agressivos, como os da renda variável, para obter um retorno maior. 

Para quem tem um perfil mais conservador, é melhor apostar na renda fixa, que permite maior previsibilidade e segurança. Nessa opção, o tempo conta a favor da rentabilidade.

Para investimentos de curto prazo (até um ano), Domingos sugere as opções do Tesouro Selic, que tem liquidez diária, ou seja, pode ser resgatado a qualquer momento, e possuem baixíssimo risco. As regras para investir no Tesouro mudaram recentemente, permitindo aplicar pequenos valores

Outra opção para prazos curtos é o CDB (Certificado de Crédito Bancário), que são papéis emitidos pelos bancos para levantarem recursos. CDBs com rentabilidade atrelada ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é a referência da renda fixa, são opções seguras e de retorno razoável, sugere Domingos.

Para investimentos de médio e longo prazo (um a dois anos ou mais), há opções de CDBs de prazos mais longos e maior rentabilidade. Outra alternativa são as LCIs (Letras de Créditos Imobiliários) ou as LCAs (Letras de Crédito Agropecuários), que são investimentos isentos de Imposto de Renda. 

“Esses investimentos tendem a oferecer uma rentabilidade mais alta, o que facilita acumular mais recursos”, diz Domingos.

Simulações

Confira, abaixo, alguns exemplos de quanto é possível aplicar mensalmente para realizar viagens de R$ 10 mil, R$ 20 mil e R$ 30 mil em janeiro de 2027. Ou seja, considerando-se um período de pouco mais de dois anos economizando. No site do Tesouro Direto, é possível simular o investimento necessário para prazos diferentes, além de comparar os rendimentos com outras opções de renda fixa.

  • Para uma viagem de R$ 10 mil

É possível fazer uma viagem de R$ 10 mil em janeiro de 2027 investindo R$ 1 mil agora e mais R$ 314 todos os meses, de acordo com a simulação no Tesouro Direto. Neste cenário, na data de partida, o investidor poderá resgatar R$ 9.999, descontando impostos e taxas.

  • Para uma viagem de R$ 20 mil

Para fazer uma viagem de R$ 20 mil em janeiro de 2027, será preciso investir R$ 673,36 todos os meses, além do aporte inicial de R$ 1 mil. 

  • Para uma viagem de R$ 30 mil

Se a viagem dos sonhos custar R$ 30 mil, e o investidor aplicar R$ 1.000 inicialmente, ele terá que desembolsar R$1.032 mensalmente para resgatar o valor em janeiro de 2027.

Como planejar e pagar a viagem de férias

Reinaldo Domingos e  Viviane Pio, diretora de vendas da operadora CVC, afirmam que o planejamento de viagem deve incluir um bom mapeamento de custos e despesas, para saber se aquele gasto pode caber no orçamento.

Confira abaixo as dicas dos especialistas:

  1. Defina quanto pode guardar por mês

Para fazer um planejamento de viagem eficaz, a melhor estratégia é calcular quanto dá para guardar por mês. 

Esse valor é a base para por quanto tempo precisará guardar dinheiro e que tipo de viagem poderá pagar. A partir dessa informação, será possível definir se vale mais a pena fazer uma viagem barata em breve, ou uma viagem cara com um período maior de planejamento.

“Esse método oferece maior controle financeiro, pois permite que você defina um valor fixo que pode ser reservado mensalmente”, afirma Domingos.

  1. Escolha o período de viagem e o perfil de férias

O período de viagem pode impactar no valor final do pacote, elevando os valores se você for viajar na alta temporada.  A CVC lembra que meses de férias escolares, como janeiro e julho, costumam ter preços mais altos. 

Além disso, o perfil de viagem escolhido também altera o preço. Tudo fica mais caro ao se optar por passeios, tipo de hospedagem e serviços oferecidos. Cabe ao turista equilibrar as atrações e o orçamento.

“É importante considerar todas essas variáveis no momento de definir a viagem”, afirma Viviane Pio. “O planejamento com maior antecedência é uma das principais alternativas para se planejar financeiramente, saber os gastos e ir adequando qualquer necessidade de acordo com o orçamento disponível”, diz.

  1. Pesquise os custos totais

Esse planejamento deve incluir valores médios de passagens e hospedagens, incluindo deslocamentos por terra e ar, além dos gastos com alimentação e passeios. 

“Pesquisar os preços de passagens com antecedência é uma das formas mais eficientes de economizar, com a possibilidade de conseguir até 70% de desconto, se a compra for feita meses antes”, afirma Pio, da CVC.

  1. Deixe uma reserva para imprevistos

A sugestão é reservar ao menos 30% do valor total da viagem para cobrir imprevistos ou aproveitar oportunidades que não estavam planejadas, como passeios extras ou compras exclusivas, afirma Pio.

  1. Busque “saldões de viagens”

Se a escolha ou a decisão da viagem ficou para última hora, ou se os recursos são limitados, opte por garimpar promoções tipo “saldão de viagens”. Essas promoções são feitas por empresas de turismo ou de voos fretados, que costumam oferecer preços atrativos e vantagens especiais como isenção de multa em caso de cancelamento e franquia de bagagem gratuita, afirma Pio.

Para conhecer mais sobre finanças pessoais e investimentos, confira os conteúdos gratuitos na Plataforma de Cursos da B3. Se já é investidor e quer analisar todos os seus investimentos, gratuitamente, em um só lugar, acesse a Área do Investidor.