Objetivos financeiros

Tenho preguiça de investir. E agora?

Entenda o que impede muitas pessoas de investir e como fazer para driblar esse obstáculo

Começar a investir pode parecr uma dor de cabeça? Confira as dicas do Bora Investir
Homem preocupado. Foto: Adobe Stock

Você topou com um vídeo sobre investimentos na rede social e se lembrou de que tem um dinheirinho sobrando na conta. Ficou animado com a ideia de ter um retorno do seu investimento e até chegou a pesquisar uma corretora para abrir sua conta… Mas acabou deixando para preencher o cadastro depois. Ou, então, até chegou a preencher o cadastro, mas havia tantas opções de produtos dentro do aplicativo que você achou que era melhor conversar com alguém sobre o assunto… Mas essa conversa nunca aconteceu.

Enquanto isso, seu dinheirinho ficou lá, parado na conta corrente, e a inflação correndo.

Mas você não está sozinho nessa. Segundo o Raio-X do investidor 2022, realizado pela Anbima, 61% dos brasileiros não fizeram investimentos no último ano. Muitos não tinham dinheiro sobrando para isso, é verdade. Mas a falta de interesse, de conhecimento e de segurança para investir são outros motivos mais citados pelas pessoas.

Se você se encaixa nesse segundo grupo, pode ficar se perguntando como fazer para superar de vez essa preguiça misturada com paralisia na hora de investir. E nós vamos ajudar!

Como começar a investir ou investir melhor?

A presidente da Iarep, sigla em inglês para Associação Internacional para Pesquisa em Psicologia Econômica, Vera Rita Ferreira de Mello, explica que precisamos superar a nossa tendência natural à inércia. “Tendemos a poupar energia, a evitar o desgaste. Isso vem dos nossos ancestrais onde a regra era: se poupe. Se está em um lugar suficiente para sobreviver, fique aí, não vá atrás de encrenca”, diz Vera. “São emoções que faziam sentido há milhões de anos, mas não hoje”.

Os investimentos podem ser vistos como algo difícil, do que se deve fugir. O que também explica a escolha da poupança pelos investidores. Segundo a pesquisa da Anbima, 23% dos brasileiros investem na caderneta, uma opção mais simples, onde é só depositar, esquecer e sacar quando precisar.

Não há dúvidas de que é um tipo de investimento mais conhecido do que os fundos de investimento ou outras opções de renda variável, mas a tendência a buscar as coisas com as quais já estamos familiarizados pode tirar oportunidades de aplicações seguras, não tão exigentes e com melhores retornos. Para evitar esse lugar confortável – porém pouco rentável –, é só seguir as dicas abaixo.

Busque conhecimento

Segunda Vera Rita, não existe uma receita exata para todas as pessoas, mas o primeiro passo, e que uma minoria segue, é a busca por informações, de preferência de múltiplas fontes confiáveis. A partir dessa busca por conhecimento é possível entender os seus objetivos, prazos, capacidade de investimento e suas reações a volatilidades e riscos. O chamado perfil do investidor.

Tudo isso precisa ser analisado, porque é a partir da informação que se desmistifica a complexidade do universo dos investimentos e se quebra a inércia provocada pelo medo do desconhecido.

Consulte especialistas

Na sequência vem a escolha do produto financeiro que será investido, e para isso, a dica da presidente do IAREP é a busca por consultores e planejadores financeiros de confiança para que estes orientem as melhores alternativas.

Investimentos automáticos

Outra dica da especialista é a escolha de ativos e contratos onde o dinheiro é aplicado de maneira automática, de acordo com a quantidade e a periodicidade escolhida. Assim, segundo ela, a pessoa evita o processo de ter que pensar na aplicação recorrente e dribla a preguiça. “Isso pode acontecer com uma ou até duas aplicações diferentes, para ter uma diversificação, sem precisar de um acompanhamento contínuo, mas avaliando de vez em quando se a carteira precisa de um rebalanceamento. Até mesmo em mais de uma instituição financeira, se achar necessário. Essas são coisas para as quais o planejador financeiro costuma alertar”.

Faça um test-drive

Caso depois destes passos ainda exista uma incerteza nas opções de investimentos, a sugestão é que a pessoa aplique uma pequena quantia e acompanhe para ver como ela se sente, se não fica ansiosa e, sim, confortável. Ir sentindo o ritmo até ter uma carteira de investimentos que tenha a sua cara, atenda suas necessidades – e não te deixe sem dormir. “Não vale perder saúde em prol dos seus investimentos. O ideal é ter saúde física e mental para poder administrar o próprio dinheiro”, alerta Vera Rita.

Delegue funções se necessário

Uma opção também para quem quer ter menos desgaste é deixar as funções de investir para um gestor, que seja de confiança, competente e experiente. “Ninguém é obrigado a virar um expert em investimentos do dia para a noite”, diz a especialista. Assim, a pessoa pode escolher entre entender mais de perto ou menos de acordo com sua realidade.

Para saber ainda mais sobre investimentos e educação financeira, não deixe de visitar o Hub de Educação da B3.