CRI e CRA: saiba o que são e quando investir
Títulos de renda fixa têm retorno superior ao da poupança e isenção de Imposto de Renda
São vários os ativos de renda fixa e todos têm em comum duas características básicas: saber com antecedência a fórmula de cálculo do lucro sobre o investimento e qual a data definida para o resgate do dinheiro. Não seria diferente com os Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA).
A principal diferença entre esse tipo de investimento em renda fixa e outros é que os títulos de CRI e CRA são lastreados em recebíveis, isto é, volume financeiro que uma empresa – do ramo imobiliário ou agropecuário, respectivamente – tem a receber pela venda de seus produtos e serviços.
Para entender melhor como funcionam esses títulos, vamos usar o exemplo de uma construtora que permitiu a seus clientes financiar apartamentos em um condomínio residencial. Os financiamentos de imóveis são de longo prazo (alguns de até 30 anos) e a construtora precisa dos recursos antes para poder fazer o prédio. Para ter capital com mais agilidade e assim iniciar o empreendimento, a construtora recorre a uma securitizadora.
A securitizadora é a empresa que assume a dívida dos clientes da construtora, antecipando o dinheiro para a obra em troca de uma parte do financiamento que será pago pelos clientes. Ao assumir a dívida, a securitizadora transforma os créditos a receber (recebíveis) da construtora em títulos mobiliários, por meio de parceria com um banco. A securitizadora, então, passa a oferecer títulos de CRI aos investidores.
Com o CRA, o processo é o mesmo. Mas, no lugar de uma construtora, a empresa é ligada ao agronegócio. Nos dois casos, são mecanismos criados pelo mercado para financiar investimentos de mais longo prazo.
Quais as vantagens e os riscos de investir em CRI e CRA
As vantagens mais conhecidas de CRI e CRA são a isenção do Imposto de Renda e um rendimento superior ao da poupança. Os títulos costumam ser de longo prazo, com período superior a um ano até o resgate do dinheiro investido.
Com a poupança rendendo pouco – nos últimos quatro anos, não conseguiu chegar a 5% de retorno absoluto, isto é, sem levar em conta o impacto da inflação – CRI e CRA se destacam com rendimentos de 10% ao ano se prefixados (quando a taxa de rendimento é conhecida pelo investidor no momento de aquisição do título).
No caso de CRI e CRA pós-fixados, com taxa de rendimento atrelada a indicadores econômicos, o lucro também é mais vantajoso que o da poupança. É possível encontrar CRI e CRA com taxas de rendimento equivalentes a 90% da Selic ao ano, por exemplo, ou a 110% do CDI, o Certificado de Depósito Interbancário, principal índice da renda fixa.
Além disso, o investimento inicial em CRI e CRA costuma ser mais baixo, se comparado com outros títulos de renda fixa, partindo de cerca de R$ 1.000.
O principal risco desses títulos é o de crédito, ou seja, a possibilidade de não pagamento pelos devedores. Tal risco é avaliado pelo rating – quanto mais próxima do AAA, melhor a avaliação e menor o risco.
Os títulos de CRI e CRA não são cobertos pelos FGC (Fundo Garantidor de Crédito), associação civil que protege investidores por meio de pagamento de indenizações no caso de falência dos emissores de ativos mobiliários.
Para saber mais, confira os vídeos da B3 sobre CRI e CRA.
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