Renda fixa

Dividendo aumenta ou cai na renda fixa com a Selic em 10,50%?

Variação da taxa não interfere nos títulos que já estão em carteira

renda. Foto: Pixabay
Dividendos pagos em renda fixa não se alteram com queda da Selic. Foto: Pixabay

A leve queda da Selic, atualmente em 10,50% ao ano, levanta algumas dúvidas. Uma delas diz respeito à alteração ou não nos valores a serem recebidos pelos investidores com recursos alocados em produtos de renda fixa que fazem pagamentos recorrentes, como Tesouro IPCA + com juros semestrais e Tesouro prefixado com juros semestrais.

Na renda fixa, o valor extra que pinga na conta de investimento do investidor a cada semestre é chamado de cupom. Na prática, funciona como se fosse um dividendo.

Por ser a taxa básica de juros como referência no mercado, a Selic pode interferir no rendimento desses títulos? A oscilação da Selic causa algum efeito? De que forma? O Bora Investir foi atrás das respostas. Confira a seguir.

Os títulos estão mais caros

Se o investidor for comprar esses títulos agora, o cenário é menos favorável. Isso porque os preços dos títulos públicos aumentam com a queda da Selic, de acordo com Carlos Castro, planejador financeiro pela Planejar. 

“Os títulos públicos sofrem variação no preço se a Selic cai. Um dos efeitos da queda da Selic é o aumento no valor do título do mercado secundário. Se alguém for investir agora, o valor estará mais caro”, explica.

Já para o investidor que possui esses produtos financeiros na carteira, a orientação é priorizar levar o título até o vencimento para conseguir uma boa rentabilidade.

“Quem tem título e leva até o vencimento não sofre com a variação do preço do título, que se dá na marcação a mercado se decidir vender ou comprar antes do vencimento. Mas se for até a data, tanto o valor do título ou os cupons, eles não se alteram.”

E os cupons?

Esses valores pagos semestralmente ao investidor não são alterados. Seja a Selic mais alta ou mais baixa, os valores são os mesmos desde a compra dos títulos no Tesouro prefixado com juros semestrais.

Já no título atrelado à inflação, como Tesouro IPCA + com juros semestrais, o que influencia é, obviamente, a inflação. Ou seja, o aumento da inflação tende a afetar os valores do cupom.

A previsão do IPCA deste ano subiu de 3,72% para 3,76%, de acordo com o boletim Focus.

“No prefixado, por ter uma taxa fixa e nenhuma variável, a Selic não traz nenhum impacto. Não é o corte da Selic que vai fazer o valor do cupom alterar, mas sim a inflação“, destaca Jonathan Caye, sócio e head de renda fixa na Nippur Finance.

Quando são pagos os cupons?

Uma dica valiosa, conforme Caye, é olhar para o ano de vencimento do título para projetar o mês em que os cupons irão cair na conta de investimento do investidor.

“A forma mais fácil é olhar o ano de vencimento do título. Quando é par, o pagamento é feito em fevereiro e agosto, mas se for ímpar, paga em maio ou novembro. Já o prefixado não tem essa opção e paga sempre em janeiro e julho”.

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