Com os juros altos, é hora de investir em Tesouro Direto?
Mesmo com uma possível queda da taxa Selic, a renda fixa ainda deve continuar interessante
Quando a taxa Selic está nas alturas, como atualmente, a popularidade da renda fixa também aumenta. Nesse cenário de juros altos, muitos investidores tem corrido para o Tesouro Direto, que somou R$ 42,4 bilhões em todo ano passado e bateu recorde.
Sendo assim, com a Selic a 13,75%, será que é hora de migrar os investimentos para o Tesouro Direto? Confira a seguir.
Por que os juros estão tão altos?
Para entender o que está ocorrendo com os juros no Brasil, é preciso voltar para março de 2021. Naquele momento, a Selic começou a subir novamente, depois de ter passado seis meses estacionada em 2%. Ao mesmo tempo, o governo tentava incentivar a atividade econômica, que se encontrava em compasso de espera.
Para conter a inflação, cada vez mais alta a partir daquele mês, o Banco Central, por conseguinte, passou a aumentar a taxa de juros. Nesse sentido, a Selic engatou uma forte trajetória de alta, chegando a 13,75% em agosto de 2022, patamar em que se mantém até hoje.
Qual é a lógica por trás do aumento de juros? O objetivo é tornar o dinheiro “mais caro” e, portanto, reduzir o consumo e a pressão sobre os preços.
Em 2022, os preços brasileiros caíram à força, impulsionados pelos juros e, ademais, pela redução de impostos cobrados sobre os combustíveis, principalmente.
Sendo assim, a inflação terminou o ano em 5,79%, abaixo dos 10,06% registrados em 2021, mas ainda acima do teto da meta do BC (5%).
Como os juros altos podem ajudar quem quer investir sem risco?
Com juros a 13,75%, perde quem precisa de dinheiro, mas ganha quem tem dinheiro para investir e não deseja correr riscos. Ou seja, estamos falando de um perfil mais conservador.
É comum que muitas pessoas com esse perfil ainda apliquem o dinheiro na poupança. Com os juros altos, porém, existem alternativas melhores com a mesma segurança.
Caso você tenha dinheiro para investir, vale conferir algumas opções de renda fixa. Confira a seguir.
1. Tesouro Direto
O Tesouro Direto é um programa criado entre o Tesouro Nacional e a B3. É pelo Tesouro que investidores podem comprar e vender títulos públicos, tornando-se assim, credores do governo federal.
2. CDB
A sigla CDB significa Certificado de Depósito Bancário. É um título de renda fixa emitido por bancos e funciona como um empréstimo a um banco com um prazo predeterminado e cuja taxa de remuneração varia de CDB para CDB.
3. LCI e LCA
As Letras de Crédito Imobiliárias (LCI) e do Agronegócio (LCA) são títulos securitizados. Estamos falando de “promessas de pagamento” negociadas entre as modalidades de financiamento de atividades do mercado imobiliário e do setor rural. Contam com a garantia do FGC e são muito parecidas com o CDB, porém, possuem um diferencial que é o fato de serem isentas de Imposto de Renda.
4. Fundos DI
Boa alternativa para um cenários de juros altos, os Fundos DI buscam obter retornos que acompanhem o CDI. Suas características principais são baixa volatilidade e baixas taxas de administração.
Com frequência são utilizados como caixa ou reserva de emergência por possuírem retornos próximos ao CDI. Entretanto, isso pode variar de fundo para fundo.
Mas afinal, é hora de investir no Tesouro Direto?
A forte demanda por títulos públicos acontece em um momento de alta do juro básico da economia, atualmente o maior em seis anos. Isso aumenta a remuneração dos papéis ofertados pelo governo federal e, consequentemente, a atratividade para os investidores.
Os investidores também buscam os papéis do Tesouro Direto como proteção contra as perdas geradas pela inflação. Vale lembrar que os títulos públicos estão entre as categorias de investimentos que ofereceram ganho real (acima da inflação) no ano passado.
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A boa rentabilidade dos títulos públicos também se alia a um risco “ínfimo” para o investidor, pois o Tesouro Nacional, em tese, é o último a quebrar. Além disso, em um cenário de aumento de gastos públicos para recompor o orçamento de 2023, os juros podem permanecer altos por um tempo ainda.
Sendo assim, os analistas aconselham deixar boa parte da carteira aplicada em títulos atrelados à Selic, como o Tesouro Direto. Eles são indicados para formar a reserva de emergência ou para realizar objetivos de curto prazo.
Além de estarem com boa remuneração, eles têm liquidez diária, ou seja, podem ser sacados a qualquer momento sem grandes prejuízos. Caso o cenário mude e apareçam oportunidades na renda fixa e na renda variável, é fácil de mover o dinheiro.
Possível queda nos juros
Mesmo com uma possível queda da taxa Selic, a renda fixa – e consequentemente o Tesouro Direto – ainda deve continuar interessante aos investidores, se comparada com a renda variável. Além de a renda fixa ter pouco risco, deverá ser uma boa opção, pois, os retornos devem seguir acima dos dois dígitos.
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