Tesouro direto

Quais as principais vantagens e desvantagens de investir no Tesouro Direto

Títulos do Tesouro Direto são investimentos em dívida do governo e são conhecidos pela segurança

O Tesouro Direto, programa da Secretaria do Tesouro Nacional do Brasil implementado em 2002 em parceria com a B3, é uma modalidade de investimento em renda fixa muito usada por quem ainda não está familiarizado com o mercado financeiro.

Quando alguém investe em títulos do Tesouro Direto está, na prática, emprestando dinheiro ao governo federal e lucra com a taxa de empréstimo, que varia conforme o tipo de título e o prazo da dívida.

As principais vantagens de investir no Tesouro Direto

Quando se fala em investimentos como o Tesouro Direto, o primeiro benefício lembrando por especialistas é em relação à segurança. Como os títulos do TD são do governo, eles são garantidos pelo Tesouro Nacional e têm o que se chama de risco soberano.

“Quando se investe em títulos do governo, só teria algum risco de crédito caso o governo dê calote. É o menor risco de mercado, o que seria mais próximo do risco zero que a gente tem”, aponta Victor Furtado, head de alocação do W1

Outro ponto levantado como benefício é a alta liquidez. Fabrício Silvestre, analista de renda fixa da Levante Inside Corp, afirma que os títulos apresentam liquidez no mercado secundário, o que facilita a troca de ativos caso seja necessário. 

Marcos Piellusch, professor da FIA Business School, ainda destaca como benefício a acessibilidade e democratização do ativo, já que é possível começar a investir com quantias baixas, a partir de R$ 30.

Ele também pontua a baixa volatilidade de títulos como Tesouro Selic, o que os faz ideais para investidores que não querem acompanhar o mercado diariamente ou que desejam ter a possibilidade de resgatar o dinheiro a qualquer momento sem a possibilidade de perdas.

Por fim, ele ainda destaca a facilidade de investimento, que pode ser feito online de forma simples, tornando-o uma boa porta de entrada para novos investidores.

Para quê investir no TD

Segundo Piellusch, o Tesouro Direto é indicado para diversos objetivos financeiros, como: 

  • Formação de uma reserva de emergência, devido à alta liquidez e segurança dos títulos. O título ideal é o Tesouro Selic. 
  • Planejamento de aposentadoria, especialmente com títulos como o Tesouro RendA+. Pode ser usado também o Tesouro IPCA para constituição de uma reserva de longo prazo. 
  • Formação de uma reserva para compra de bens no futuro. Nesse caso os títulos podem ser tesouro prefixado ou tesouro IPCA, dependendo do prazo. 
  • Investidores conservadores que buscam proteção contra a inflação e estabilidade nos rendimentos.

De acordo com Silvestre, os títulos também têm um papel importante na carteira dos investidores ao contribuir para reduzir a volatilidade do portfólio. “Essa alocação se torna mais importante quanto maior a incerteza, dando maior previsibilidade sobre o retorno da carteira”.

Riscos do TD

Como em todo investimento, não existem apenas vantagens, mas também algumas desvantagens e riscos. O primeiro, mencionado pelo professor da FIA Business School, é o risco da marcação a mercado. “A venda de alguns dos títulos antes do vencimento, como por exemplo Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA+, pode resultar em perdas devido à variação nos preços dos títulos no mercado”.

“Essas mudanças no rendimento dependem das expectativas frente a variáveis econômicas. Deste modo, é importante que o investidor se atente ao prazo de vencimento do título”, complementa o analista de renda fixa da Levante Inside Corp.

Outra desvantagem dos títulos do Tesouro é em relação à tributação, já que os rendimentos são sujeitos ao Imposto de Renda conforme tabela regressiva. Assim também como ao IOF, se o resgate ocorrer em menos de 30 dias.

Por fim, também existem as taxas de administração. “Além da taxa de custódia da B3 (0,25% ao ano), algumas corretoras podem cobrar taxas adicionais”, diz Piellusch.

“Essa taxa acaba sendo considerada uma desvantagem por muitos na hora de investir. Isso porque em teoria a gente já está pagando imposto, então se torna uma desvantagem a existência desta taxa de custódia”, aponta Furtado.

Opções de Títulos do Tesouro Direto

  • Tesouro Selic: Título pós-fixado com rendimento atrelado à taxa Selic. Ideal para reserva de emergência devido à sua alta liquidez e baixa volatilidade.
  • Tesouro IPCA+: Oferece proteção contra a inflação, pois o rendimento é composto pela variação do IPCA mais uma taxa fixa. Pode ser com ou sem pagamento de juros semestrais.
  • Tesouro Prefixado: Título com taxa de juros fixa, ideal para quem deseja saber exatamente quanto irá receber no vencimento.
  • Tesouro RendA+: Novo título voltado para o planejamento de aposentadoria, com pagamentos periódicos a partir de determinada data.
  • Tesouro Educa+: Título voltado para financiar a educação, oferece uma maneira segura de acumular recursos para despesas educacionais futuras.

Como investir no Tesouro Direto?

Desde 2002, quando a plataforma do Tesouro Direto foi lançada, comprar títulos públicos ficou mais fácil. Antes disso, pessoas físicas só podiam investir nessa modalidade de maneira indireta, por meio de participação em fundos de investimento. Hoje, é possível comprar títulos públicos por meio de corretoras de valores e bancos.

No site do Tesouro Direto é possível consultar uma tabela com todos os títulos disponíveis, acompanhados de informações como:

  • rentabilidade anual (expressa em porcentagens);
  • investimento mínimo;
  • preço unitário;
  • vencimento.

Como comprar títulos do Tesouro Direto em 4 passos

– Acesse o site do Tesouro Direto e simule um investimento. A função Simulador pode tanto recomendar um título de acordo com objetivos e prazos do investimento quanto simular a aplicação em cada um dos títulos disponíveis.

– Após escolher o título, o investidor deve se cadastrar em uma instituição financeira habilitada para negociar títulos do Tesouro Direto. Há vários bancos e corretoras que não cobram taxa para fazer essas aplicações.

– O valor da aplicação deve ser transferido para a conta do banco ou corretora escolhida.

– O controle das aplicações é feito pelo investidor por meio da plataforma digital da corretora ou do banco; o site ou aplicativo oficial do Tesouro Direto também podem ser usados.