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Quem é Ruja Ignatova, a rainha cripto procurada pelo FBI que tentou derrubar o Bitcoin

Caso histórico expõe fragilidades do universo das criptomoedas, mas mercado está mais regulado atualmente

Uma das maiores fraudes no mercado de criptomoedas. Assim é conhecido o caso da empresária búlgara Ruja Ignatova, de 44 anos, que continua sendo procurada pelo FBI após aplicar um golpe de US$ 4 bilhões com a criação de uma criptomoeda chamada de OneCoin. Na época, ela se orgulhava em dizer que seria a “assassina do Bitcoin” e a “rainha cripto”. Atualmente, o Bitcoin acumula alta de mais de 60% neste ano e conta com aplicação de ETFs através da bolsa de valores.

A última movimentação bancária de Ignatova aponta para Dubai, onde possui uma cobertura de luxo, de acordo com a BBC, que segue o rastro de Ruja desde 2019, quando o podcast The Missing Cryptoqueen trouxe a história à tona. Desde então, ela é procurada e seu caso se tornou um símbolo dos riscos existentes no universo das moedas digitais.

O que Ruja Ignatova pensava?

Ruja não escondia o orgulho da sua criação. Um ano e meio depois de criar a OneCoin, ela discursou em um evento em Londres, em junho de 2016. Formada em Oxford, Ruja tinha um currículo invejável, o que atraía investidores, além de ter um discurso intenso e provocativo.

Na ocasião, Ruja afirmou que qualquer um ao redor do mundo poderia investir no OneCoin porque “é fácil de usar. É para todos fazerem pagamentos em qualquer lugar. Somos cidadãos globais de um mundo pequeno querendo fazer uma mudança”.

“Nos últimos dois anos, fui chamada de muitas coisas”, declarou no evento, em vídeo armazenado pelo FBI. “Provavelmente a melhor coisa de que a imprensa me chamou foi ‘OneCoin, supostamente o assassino do bitcoin’. Bem, devo dizer que eu gosto”, disse.

Ruja destacou, também, que possuía mais de dois milhões de usuários ativos na OneCoin. Na época, nenhuma outra criptomoeda tinha esse número.

E os investidores?

Todos os usuários com recursos na OneCoin tiveram prejuízos. Afinal, Ruja é acusada de sumir com todo o dinheiro dos investidores que acreditaram no sucesso da sua criptomoeda.

Para atrair investidores, ela fazia declarações em eventos públicos, como aquele de 2016, e fazia representações falsas em reuniões particulares para angariar investimentos, de acordo com a investigação do FBI.

Com isso, ela orientava os investidores a transferir seus recursos para contas na OneCoin, com objetivo de comprar criptomoedas, mas o retorno previsto e negociado nunca veio.

Assim que a Justiça dos EUA emitiu um mandado federal de prisão, Ruja embarcou em um voo de Sófia, capital da Bulgária, para Atenas e não foi mais vista. Ela é acusada de conspiração por cometer fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e por fraude de valores mobiliários.

Tem jeito seguro de investir?

Atualmente, o mercado de moedas digitais está mais consolidado e regulado, assim casos fraudulentos como de Ruja já não são tão frequentes.

Uma forma segura de se investir em criptomoedas é através de fundos de índices negociados em bolsa. Na B3, existem 13 ETFs (fundos negociados em bolsa, na sigla em inglês).

A partir de abril deste ano, os investidores passaram a ter também a opção de operar via contratos futuros de Bitcoin através da B3. Ou seja, aumentou o leque de opções aos investidores interessados nas operações de moedas digitais e que procuram mais segurança nas negociações.

Para conhecer mais sobre finanças pessoais e investimentos, confira os conteúdos gratuitos na Plataforma de Cursos da B3.