Renda variável

Derivativos: o que são, para que servem e como investir

Conheça mais sobre esse tipo de ativo usado para proteger o capital ou buscar ganhos com a especulação

Peças de dados sobre moedas, mostrando como valores de investimentos derivam de outros ativos. Foto: Adobe Stock
O investimento em derivativos é feito por meio de contratos. Foto: Adobe Stock

Como o próprio nome diz, os derivativos são produtos de investimento que derivam de outros ativos – sejam eles físicos, como café e soja, por exemplo, ou financeiros, como dólar, índices e ações. O valor final de uma operação com esses produtos vai, então, derivar do valor do produto original.

O investimento em derivativos é feito por meio de contratos e, muitos deles, são negociados em bolsa de valores. Para que você entenda melhor como funcionam essas operações, vamos a um exemplo.

Suponha que o preço do dólar hoje é R$ 5. Se o investidor A acredita que a moeda americana vai se valorizar mais nos próximos meses, ele pode fazer uma oferta para o investidor B, que detém uma quantidade X de dólares, para comprar esse montante em uma determinada data, mas com um valor já pré-estabelecido e travado nos mesmos R$ 5 por dólar. Caso o investidor B aceite a proposta, eles selam um contrato.

Quer saber mais sobre derivativos? Confira vídeo de introdução sobre derivativos no HUB de educação da B3.

Se, no vencimento deste contrato, o dólar estiver cotado a R$ 5,50, o investidor A terá lucrado com a operação, já que pagará um preço menor pela moeda. Se, na data final, a cotação for de R$ 4,50, o resultado será positivo para o investidor B, que venderá seus ativos por um valor maior do que o praticado no mercado naquele momento.

Como você pôde ver com este exemplo, o resultado financeiro da operação com esse contrato, que é um derivativo, derivou do desempenho de outro ativo.

Quais são os tipos de derivativos?

Contratos a termo

No mercado a termo, o contrato de compra ou de venda é firmado e, assim, os investidores envolvidos na negociação são obrigados a comprar ou vender determinado ativo em uma determinada data pelo preço estabelecido no momento em que o contrato foi realizado. Esse tipo de derivativo pode ser negociado em bolsa ou no mercado de balcão organizado.

Contratos futuros

Os contratos futuros funcionam de forma bastante semelhante aos contratos a termo: assume-se o compromisso de comprar ou vender determinado ativo em uma data e por um valor pré-definido. A principal diferença entre esses tipos de investimento está no formato da liquidação.

Enquanto no mercado a termo a liquidação do contrato só pode ser feita na data de vencimento, no mercado futuro os ativos passam por um ajuste diário.

Com esse mecanismo da B3, a Bolsa de Valores brasileira, os contratos futuros detidos por um investidor são ajustados diariamente por um preço de referência, com base nas expectativas do mercado para o desempenho do ativo daquele contrato nos dias seguintes.

A diferença entre os preços do contrato ajustados de um pregão para o outro deve ser paga ou recebida pelo detentor do contrato. Ou seja, se os preços sobem, o investidor recebe os lucros, se eles caem, é necessário pagar a diferença do dia.

Além da liquidação, outra diferença em relação aos contratos a termo é que os contratos futuros só podem ser negociados na B3.

Contratos de opções

Diferentemente dos tipos de derivativos anteriores, os contratos de opções não são feitos sobre os ativos, mas sim sobre a possibilidade de um investidor comprar ou vender ativos dentro de um tempo determinado.

De forma simples: o investidor A acredita que as ações detidas pelo investidor B podem subir nos próximos meses. Por isso, ele propõe um contrato em que ele tem o direito de comprar esses papéis em uma data X, por um preço já firmado anteriormente.

Se, na data de vencimento, as ações realmente tiverem se valorizado e o investidor A quiser comprá-las, ele pagará um preço mais em conta, conforme o que foi definido no contrato.

Já se os ativos viveram um período de queda e o investidor A não quiser mais adquiri-los, ele só precisará pagar um prêmio ao investidor B (bem mais em conta do que o preço das ações).

O que são swaps?

Os contratos swaps têm o objetivo de ser vantajosos para os dois lados envolvidos em uma operação. Neles, dois investidores – geralmente de grandes instituições financeiras ou empresas – firmam acordo para fazer uma troca de rentabilidade entre dois ativos, utilizando principalmente índices, moedas e taxas de juros.

Por que investir em derivativos?

Os investimentos em derivativos são utilizados para dois principais objetivos: como uma estratégia de proteção, também conhecida como hedge e como forma de especulação, a fim de obter lucros com as negociações.

No primeiro caso, a ideia de usar os derivativos busca assegurar o capital de quem está envolvido na operação mesmo em casos de alterações bruscas de preço. E um dos principais usos é no agronegócio, para garantir o preço no momento da safra, por exemplo.

Se um produtor de soja firma um contrato de venda do seu produto em determinada data por um preço pré-definido, no vencimento contará com a segurança de receber o valor acordado, independentemente do que acontecer no mercado.

Já os investidores que operam derivativos atrás de bons retornos financeiros trabalham sempre com a especulação. As negociações de compra e venda são feitas com base nas perspectivas que o próprio investidor tem para o preço daquele ativo em um determinado período de tempo.

Vale lembrar que essas operações são bastante arriscadas, sobretudo para quem não é familiarizado com o mercado. Até por isso são necessárias garantias de que o investidor conseguirá honrar seus compromissos.

Como investir em derivativos?

Se você chegou até aqui, provavelmente está se perguntando como é que faz para investir em derivativos, certo?

O primeiro passo é o básico para realizar boa parte dos investimentos: escolha uma corretora de valores e abra sua conta, porque os derivativos são negociados na Bolsa de Valores ou, em alguns casos, no mercado de balcão, meios que só podem ser acessados por intermediação de uma corretora.

Criada e liberada a conta, é hora de navegar pelo portal do cliente da corretora para conhecer as plataformas que a instituição fornece aos investidores para realizar as operações e, assim, realizar suas aplicações.

Uma dica importante é pesquisar em redes sociais ou sites de reclamações o nome das corretoras para verificar se elas prestam um bom atendimento aos clientes, já que na hora de investir podem surgir dúvidas.

Simultaneamente, é essencial que, antes de começar a investir em derivativos, você conheça o seu perfil de investidor, para entender até que ponto você aceita tomar riscos nas suas operações.

Esse autoconhecimento, combinado com estudos prévios sobre o investimento que você quer fazer, possibilitam traçar estratégias que façam sentido com o seu momento e seus objetivos.

Para saber ainda mais sobre investimentos e educação financeira, não deixe de visitar o Hub de Educação da B3. Este, por exemplo, é sobre mini contratos e derivativos.

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