Preços dos FIIs caíram, mas mercado imobiliário tem fundamentos sólidos, dizem gestores
Baixa vacância e inadimplência controlada faz com que gestores de fundos imobiliários tenham perspectiva otimista
No início de 2024, a expetativa era de que a Selic terminaria o ano abaixo de dois dígitos – o que fundamentava um otimismo no mercado de Fundos Imobiliários. Com o passar dos meses, o clima mudou, e o Ifix B3, principal índice da bolsa para os FIIs, sofreu. “Houve uma quebra grande de expectativa ao longo do ano passado. Sem dúvida, quando a taxa de juro sobe, o custo de oportunidade aumenta e o preço [das cotas dos FIIs] é afetado,” resumiu Luis Stacchini, da NAVI, durante o Smart Summit.
Por outro lado, os fundamentos no setor imobiliário não se deterioraram. “Hoje, parece que existe esse exagero de precificação, valuations amassados, por fluxo vendedor grande”, completa Stacchini.
Ao longo de dois dias do evento, o tema foi comentado por diversos gestores de fundos imobiliários, que têm opiniões semelhantes.
“A gente se questiona diariamente, olhando as cotas dos FIIs, o que mudou em 2 meses daquele investimento para que o preço desabasse? Muitas vezes não mudou nada. Os empreendimentos continuam performando bem. E no crédito, as razões de garantia estão muito confortáveis”, reforça Bruno Albuquerque, Sócio da Vertical de Imobiliário da Oriz Partners.
Vicente Coelho, da Vinci, ainda complementou que muitas vezes, “a precificação é mais acentuada no Ifix do que no Ibovespa quando tem subida na taxa de juros”. No entanto, a maior maturação desse mercado deve ajudar a reduzir essa volatilidade. “A entrada de novos participantes, inclusive muitos investidores não-residentes, começa a trazer mais profissionalização para o mercado. Nos próximos ciclos, essas volatilidades devem ser menores”, diz.
Para Guilherme de Luca, sócio de relação com investidores na JiveMauá, a precificação dos fundos está perto do período de crise de 2015 e 2016, quando o cenário macro estava negativo para o segmento. “A gente está se aproximando de precificação do período de 2015-16, só que diferente de 2015-16, os fundamentos do mercado estão sólidos. Hoje, o segmento logístico tem vacância mínima e preço recorde, os shoppings estão se recuperando com ganho real, os escritórios estão com absorção líquida recorde”, diz ele.
No entanto, escolher os fundos bem-posicionados e sólidos é importante nesse momento. “É importante entender o empreendimento por traz daquele papel, porque o imóvel, no fim, vai estar lá, o mercado vai reagir. Importante que o investidor entenda o fundamento por trás daquele fundo”, lembra Matheus Siqueira, Sócio e Diretor de Relacionamento com o Investidor da TG Core.
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