Objetivos financeiros

Selic baixa: onde investir? Veja o que fazer com sua reserva de emergência!

Taxa Selic continua caindo. E agora, o que faço com a minha reserva?


Mayara Rodrigues

Mayara é formada em Contabilidade pela FEA-USP, e possui MBA Executivo em Finanças pelo Insper. Possui mais de 12 anos de experiência no mercado financeiro, tendo trabalhado de 2010 a 2014 na área de Risco & Compliance na corretora NuInvest, e de 2014 a 2022 em Análise de Crédito Corporativo, cobrindo setores diversos, com passagem pelas instituições financeiras Itaú BBA, Banco BV e BNP Paribas. Atualmente, atua como Analista de Renda Fixa no Research da XP, com certificação CNPI / APIMEC – Certificado Nacional do Profissional de Investimentos.


Esta dúvida é muito comum nos investidores quando a taxa de juros inicia o ciclo de queda, também chamado de “ciclo de afrouxamento monetário”, e a resposta, apesar de parecer complexa, é muito simples: continue investindo em títulos pós-fixados atrelados à Selic e ao CDI!

Sopa de letras à parte, em momentos de trajetória de queda da taxa Selic, nossa taxa básica de juros no Brasil, o CDI, índice de referência para a rentabilidade de algumas aplicações financeiras, também reduz.

Significa que você está perdendo dinheiro com a Selic em baixa? 

Não. A reserva de emergência presume, em primeiro lugar, segurança. 

Ao aplicar em títulos indexados à Selic ou ao CDI, a rentabilidade dos seus investimentos estará em linha com a taxa básica de juros da economia brasileira, além de haver maior previsibilidade, o que pode facilitar a sua gestão, sem grandes riscos de perder o volume aplicado e sua rentabilidade acumulada.

Outro fator importante é a liquidez. O conceito “emergência” torna imprescindível o acesso fácil aos recursos em momentos de necessidade

Por isso, é preciso ter cuidado com as letras miúdas nas promessas de aplicações com elevadas rentabilidades, uma vez que, na maioria das vezes, têm liquidez apenas no vencimento, ou apresentam risco alto, o que não é indicado para este fim.

A renda fixa conta com dois tipos de títulos que se encaixam perfeitamente para a formação de uma boa reserva: o Tesouro Selic (ou LFT), título emitido pelo Governo Federal, que conta com o menor risco de crédito do país; e os títulos bancários, como CDBs, as LCIs e as LCAs, que possuem garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até o valor de R$ 250 mil por CPF e por conglomerado financeiro. 

No caso dos títulos bancários, no entanto, é importante buscar títulos atrelados ao CDI de bancos de boa qualidade e que apresentem liquidez diária quando o objetivo for a reserva de emergência. Além disso, é interessante escolher rentabilidades iguais ou superiores a 100% do CDI (para ao menos se igualar aos títulos públicos).

E a Poupança?

Muito popular entre os brasileiros, não deveria entrar como opção para a reserva de emergência, uma vez que sua rentabilidade é muito baixa em comparação às alterativas. 

Quando a taxa Selic está igual ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança é equivalente a 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR). Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança fica em 0,5% ao mês (correspondente a 6,17% ao ano), mais a TR.

E como ficam os demais tipos de investimento, como títulos prefixados ou híbridos atrelados a outros indicadores, como IPCA (índice de inflação mais utilizado no Brasil)? Posso investir? 

É claro que sim, mas para outras propostas que não a reserva de emergência, como renda passiva, objetivos de médio e longo prazos e ganho de capital. 

Não esqueça de sempre observar se as características da aplicação, como risco, prazo e liquidez, estão em linha com o seu objetivo e, principalmente, ao seu perfil de investidor.

Aproveite e confira também nosso conteúdo sobre: Onde investir reserva de emergência: Tesouro, CDB, fundo, LCIs, conta remunerada ou ETF?

Top 3 do artigo

  1. Para a reserva de emergência… É importante manter as aplicações indexadas a Selic e/ou CDI, mesmo com a queda desses índices!
  2. Para a reserva de emergência… Os indicadores pós-fixados atrelados à Selic e ao CDI são os mais seguros!
  3. Para a reserva de emergência… Liquidez diária é imprescindível!

[Nota de rodapé: CDB: Certificado de depósito bancário; LCI: Letra de Crédito Imobiliário; LCA: Letra de Crédito do Agronegócio]