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Taxa Selic em 13,75% ao ano: o que isso tem a ver com seus investimentos?

Selic baliza as outras taxas de juros praticadas no país, como as cobradas em empréstimos

Copom sobe o tom contra riscos fiscais e mudanças na meta de inflação
A interpretação desse cenário pelo Comitê acontece em meio a uma escalada de críticas que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem feito a autonomia do BC. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Como o mercado já previa, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira (21) manter a taxa Selic de setembro em 13,75% ao ano. Assim, interrompe o ciclo de alta que vinha acontecendo desde o começo do ano passado em uma tentativa de controlar a inflação. 

Se esse controle não for efetivo, no entanto, e os preços seguirem subindo, a decisão pode ser alterada nas próximas reuniões marcadas para 25 e 26 de outubro; e 6 e 7 de dezembro.

“O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, diz trecho do comunicado do Copom. “A conjuntura, ainda particularmente incerta e volátil, requer serenidade na avaliação dos riscos”.

Mas, afinal, o que é Selic?

Também conhecida como Selic Meta, é a taxa básica de juros da economia brasileira, relacionada a ciclos de expansão e contração monetária (maior e menor oferta de crédito), sendo a principal ferramenta do governo para equilibrar a economia.

 É a Selic baliza as outras taxas de juros praticadas no país, como as cobradas em empréstimos, financiamentos e até as de retorno sobre aplicações financeiras.

Definida a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, a taxa foi criada em 1979, quando o Brasil vivia um cenário de hiperinflação e o governo buscava maneiras de controlar o problema e manter o poder de compra da população. 

Como a Selic afeta seus investimentos?

A taxa de juros interfere diretamente no rendimento de ativos de renda fixa atrelados a ela, como o Tesouro Selic. Em outros investimentos de renda fixa, ela tem influência indireta, como na poupança e nos investimentos atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Entre eles estão o CDB; LCI, LCA e LC; FI e títulos atrelados ao IPCA (índice de inflação oficial do país).

Na renda variável, a influência da Selic é menos imediata e mais ligada à especulação. Por exemplo, uma tendência de alta da Selic pode incentivar investidores mais conservadores a tirar dinheiro da bolsa e aplicar em títulos públicos, atraídos pelos juros mais altos e menor risco. 

Já possíveis cortes na taxa Selic podem estimular investidores de perfil moderado ou arrojado a investir mais em ações, por exemplo.

A taxa também serve como um termômetro para o risco de crédito do país. Quanto mais alta ela é, maior o custo do governo para emitir dívidas, como os títulos do Tesouro no Brasil, por isso ela também têm capacidade de atrair ou afastar aportes internacionais no Brasil. 

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