Governo formaliza indicação de Jean Paul Prates à presidência da Petrobras
Indicação do Senador do PT será agora submetida aos processos de avaliação e conformidade interna da estatal. Mercado projeta ano positivo para o setor
A indicação de Jean Paul Prates (PT) para a presidência da Petrobras foi confirmada nesta sexta-feira, 13/01, em ofício enviado à companhia pelo Ministério de Minas e Energia (MME). O senador também vai ocupar uma cadeira de membro do conselho de administração da companhia.
Em nota à imprensa, a petroleira afirmou que o nome Jean Paul Prates foi aprovado pela Casa Civil da Presidência da República e que deve a Petrobras “à luz de seus próprios critérios, procedimentos e normativos de governança, analisar a presente indicação”. Portanto, a nome segue agora os ritos da empresa e será submetido aos processos e avaliações internas da companhia, conforme está disposto em seu estatuto.
A área técnica da Petrobras vai analisar o currículo do senador. O prazo é de 8 dias, prorrogáveis por mais 8. Depois, o parecer será encaminhado para os comitês de Elegibilidade e de Pessoas que deve encaminhar uma recomendação ao Conselho de Administração da estatal. Se aprovado no colegiado, o indicado assume como presidente da companhia.
Saiba quem é Jean Paul Prates
O senador indicado à presidência da Petrobras tem 25 anos de trabalho nas áreas de petróleo, gás natural, biocombustíveis, energia renovável e recursos naturais.
Na área pública, Jean Paul Prates atuou na regulação dos setores de petróleo, energia renovável, biocombustíveis e infraestrutura nos governos Fernando Henrique Cardoso e Lula. Ele também foi secretário de Estado de Energia e Assuntos Internacionais do Rio Grande do Norte.
Em 2014, Prates foi eleito primeiro suplente da senadora Fátima Bezerra (RN) para a legislatura 2015-2022.
Jean Paul Prates é formado em direito na UERJ e economia na PUC/RJ. Nos Estados Unidos, se tornou mestre em Planejamento Energético e Gestão Ambiental pela Universidade da Pennsylvania. Na França, concluiu mestrado em Economia de Petróleo e Motores, pelo Instituto Francês do Petróleo.
Dividendos da Petrobras
A Petrobras vai pagar na próxima quinta-feira (19) a segunda parcela dos dividendos e juros sobre capital próprio anunciados em novembro do ano passado. Os acionistas que estavam na base acionária da companhia até 21 de novembro de 2022 vão receber dividendos de R$ 1,61 e juros de R$ 0,0747 por ação ordinária e preferencial.
O futuro presidente da estatal defende que a companhia diminua a distribuição de dividendos para reforçar o caixa e alavancar os investimentos. A ideia de Prates é focar nas refinarias, estratégia que foi abandonada na gestão anterior.
No início do mês, o senador afirmou que a estatal não fará intervenção nos preços dos combustíveis. Segundo Prates, “nunca ninguém falou em intervenção nos preços”. Ainda de acordo com ele, os preços serão vinculados de “alguma forma” ao mercado internacional.
Expectativa para o mercado de petróleo em 2023
O mercado mundial de petróleo está otimista com uma retomada da demanda e dos preços neste ano. A expectativa parte do aumento no consumo de petróleo pela China – maior importador do mundo – que começa a retomar a economia com a flexibilização da política de ‘Covid Zero’.
Uma pesquisa da agência de notícia Bloomberg com 11 consultores especialistas no mercado asiático, aponta que a demanda diária deve aumentar em 800 mil barris por dia em 2023. Isso levaria o consumo a um recorde histórico de cerca de 16 milhões de barris diários, mostrou a pesquisa.
“Espera-se que a recuperação da demanda acelere a partir do segundo trimestre à medida que o tráfego se recupere e o número de voos [chineses], especialmente voos internacionais, se recuperem gradualmente”, afirmou Yitian Lin, pesquisador associado de petróleo e refinarias da Wood Mackenzie Ltd, à Bloomberg.
Por volta das 11h45, os preços dos contratos do Brent, a referência global, para março avançaram, 0,45%, a US$ 84,41 o barril. Enquanto os preços dos contratos para fevereiro do WTI, a referência americana, subiram 0,75%, a US$ 79 o barril.
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