Ticker: como nasce o código das empresas listadas na B3?
Siglas são o DNA das companhias de capital aberto, pois são únicas e contêm informações essenciais
Relizar o IPO é um passo importante para muitas empresas, afinal, quando se tornam de capital aberto, passam a ter maior captação de recursos para pôr em prática novos projetos e iniciativas.
Além disso, quando são listadas na bolsa, as empresas devem refinar suas políticas de compliance, uma vez que passam a ser avaliadas por agências de rating e contar com maior número de sócios – dependendo do tipo de ação ofertada, os acionistas podem ter participação em decisões administrativas.
Porém, a primeira etapa dessa série de mudanças é a criação do ticker, código por meio do qual as ações de uma empresa são negociadas na bolsa. Preparamos a seguir algumas curiosidades sobre como os tickers surgem e funcionam.
O que é o ticker?
O ticker funciona como o DNA de uma empresa listada na bolsa, pois nele estão informações essenciais. E assim como o código genético, cada ticker é único e possui um padrão bem definido.
Funciona da seguinte maneira: quatro letras que remetem ao nome da empresa e um número que identifica o tipo de ação – 3 para ações ordinárias (ON) e 4 para ações preferenciais (PN).
Por exemplo, o ticker de ação classe PN da Petrobras é PETR4.
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Arthur Vieira de Moraes, professor da B3 Educação, explica que “a escolha do ticker é uma iniciativa da empresa. É ela que escolhe as letras e a bolsa opina sobre a escolha, sempre no sentido de orientar para que o código torne fácil a identificação da empresa por parte do investidor.”
A orientação é válida, uma vez que o ticker escolhido, às vezes, pode não ser tão claro. “Já vi casos em que a empresa escolhe a sigla baseada em sua denominação social. Porém, é mais apropriado que a escolha seja feita com base no nome fantasia, que é conhecido pelo público”, afirma Arthur.
Já os números que compõem o ticker não são escolhidos pela empresa e seguem o padrão de tipo de ações, como explicado acima.
No caso do Brazilian Depositary Receipts (BDRs), recibos de ações de empresas estrangeiras negociados como ativos, a escolha das letras do ticker se dá pelo banco depositante dos BDRs e a B3. Os números dos tickers de BDRs também apontam a classe – 32 para BDRs patrocinado nível II, 33 para BDRs patrocinados nível III e 34 ou 35 no caso de BDRs não-patrocinados.
Já o número 11 é o que tem maior abrangência no padrão de codifigação de tickers, podendo caracterizar fundos de investimento, ETFs e BDRs patrocinados nível I.
Por que o ticker muda?
O ticker escolhido por uma empresa pode mudar. Isso acontece quando o nome de uma empresa de capital aberto é alterado. As mudanças de nome e ticker acompanham reestruturações no modelo de negócios.
Um exemplo recente ilustra o caso: a antiga CSU Cardsystem, empresa de processamento e gestão de meios eletrônicos de pagamento, mudou seu nome para CSU Digital. A companhia nacional, de capital aberto desde 2006, alterou seu ticker de CARD3 para CSUD3. O novo código entrou em operação no dia 15 de setembro.
A reestruturação no modelo de negócios teve como base o lançamento de soluções digitais por parte da CSU Digital.
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