ESG

BB e BID emprestarão até R$ 5 bi para estimular bioeconomia na Amazônia

Parceria do Banco do Brasil e do Banco Internacional do desenvolvimento foi anunciada na semana do clima de Nova York

Empresas que atuam nas questões ambientais e sociais ajudam a criar um mercado mais humano. Foto: Adobe Stock
O último Dia da Sobrecarga da Terra - data em que a utilização de recursos naturais pela humanidade ultrapassou a capacidade do planeta de regeneração - ocorreu em 28 de julho de 2022, pouco mais do que a metade do ano. Foto: Adobe Stock

O Banco do Brasil e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) assinaram hoje uma carta de intenções para a criação de uma parceria que prevê US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,250 bilhão) em financiamento para impulsionar a bioeconomia da Amazônia no Brasil. O potencial, contudo, é de que esta linha alcance US$ 1 bilhão (ou em torno de R$ 5 bilhões).

O objetivo da linha é financiar projetos de desenvolvimento inclusivo e sustentável na região da Amazônia por meio de duas frentes. Primeiro, o BB e o BID querem apoiar empresas e produtores rurais que integram as cadeias de valor da bioeconomia da Amazônia. A segunda frente visa a canalizar financiamentos de projetos de geração de energia a partir de fontes renováveis e na melhoria da conectividade em áreas urbanas, rurais e florestais da região, com prioridade para localidades isoladas.

Os recursos virão do BID e do Green Climate Fund (GCF), um dos maiores fundos do mundo e que visa escalar financiamento para apoiar iniciativas de baixa emissão de carbono. Cada um deve contribuir com 50% dos recursos.

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O anúncio da parceria entre o BB e o BID ocorreu em um hotel em Nova York, durante a semana do clima na cidade, um dos maiores eventos com essa temática do mundo.

“É um primeiro passo em busca de atingirmos o compromisso de atingir R$ 500 bilhões em carteira de crédito sustentável até 2030. Mas é um primeiro passo bastante abrangente”, disse a presidente do BB, Tarciana Medeiros. “Serão financiadas soluções que produzam impacto na geração de renda e contribuam para a redução de emissões de carbono, por meio do combate ao desmatamento, de conservação da biodiversidade, de uso sustentável do solo e de recursos naturais e para recuperação de áreas degradadas”, detalhou a banqueira pública.

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De acordo com o presidente do BID, Ilan Goldfajn, a parceria com o BB é um primeiro passo, mas esse capítulo está só começando. A capilaridade do banco é importante para fazer esses recursos chegarem na ponta, disse. “Além de impulsionar a economia da floresta, melhorar a conectividade e o uso de energias renováveis, vamos aproveitar esse projeto para estruturar as cadeias produtivas vinculadas aos negócios sustentáveis de bioempresas na Amazônia e organizar a promoção comercial dos produtos na região”, afirmou Ilan.

A presidente do BB ressaltou que a velocidade de desembolso dos recursos vai acompanhar a demanda, reforçando os critérios técnicos da análise para a liberação do dinheiro. Segundo ela, os requisitos para que os projetos sejam financiados serão seguidos a risca, em especial em prol da preservação ambiental, a e a transição de matriz energética.

Além disso, a parceria também vai olhar a fundo o resultado final dos projetos, conforme o presidente do BID. “Ao longo dos anos, queremos ver de fato os indicadores melhorarem”, concluiu.

*Agência Estado

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