Finanças sustentáveis: o que é e quais investimentos fazem parte
Ligado ao tema ESG, as finanças sustentáveis buscam unir aspectos econômicos financeiros aos de sustentabilidade
A preocupação com questões socioambientais faz parte do universo dos investimentos há um tempo. Porém, muitos conceitos podem acabar confundindo o investidor. É o caso das finanças sustentáveis.
O conceito de finanças diz respeito ao gerenciamento do dinheiro, dos recursos financeiros. Já a sustentabilidade no contexto socioambiental é uma adequação dos sistemas econômicos e de comportamento do consumo aos limites do planeta. Neste sentido, sustentar significa equilibrar, usufruir dos recursos de maneira racional e consciente, sem desperdícios ou exageros.
Assim, ao ligar os dois conceitos, as finanças sustentáveis também se encaixam dentro do cenário ESG (abreviação em inglês para Ambiental, Social e Governança).
O que são as finanças sustentáveis
Roberto Gonzalez, consultor independente e especialista em ESG, classifica as finanças sustentáveis como o incorporamento de critérios socioambientais nos critérios econômicos financeiros tradicionais.
“Por exemplo, no lançamento de uma debênture que faz parte das finanças sustentáveis, ela não é apenas uma debênture econômico financeira que pode, por exemplo, ser conversível em ação. Ela é uma debênture, que além disso, tem métricas relacionadas às questões sócio ambiental”, explica.
O especialista lembra que as finanças sustentáveis já existem há muito tempo, como uma forma de trabalhar de maneira sustentável a área financeira. “Mas o maior amadurecimento dela se deu com os lançamentos de títulos, que possibilitaram, na realidade, a efetivação de maiores práticas sustentáveis”.
A importância das finanças sustentáveis
Para Gonzalez, a importância vem do poder de contribuição para alavancar e crescer a sustentabilidade como um todo na sociedade. “Já que tem aquela famosa brincadeirinha que o órgão mais sensível do ser humano é o bolso. Então, por meio de títulos de finanças sustentáveis, esse ponto é levantado”.
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Investimentos que fazem parte
Como citado anteriormente no exemplo, faz parte das finanças sustentáveis os investimentos que associam os benefícios econômicos financeiros a ganhos ligados à sustentabilidade. Podendo ser em títulos tradicionais ou em títulos específicos do conceito, como o crédito de carbono ou índices ligados ao tema.
De acordo com Marcela Kasparian, sócia fundadora da Semeare, escritório de investimentos focado em práticas ESG, à medida que persiste a busca por rentabilidade no mercado financeiro, torna-se crucial harmonizar as práticas ESG.
“Essa harmonização é essencial para alcançar investimentos bem-sucedidos e sustentáveis, que equilibram metas financeiras com o compromisso de promover um futuro mais responsável e sustentável”, diz ela.
“Estamos considerando não apenas um mundo mais “verde”, mas também questões objetivas que impactam diretamente o risco e a rentabilidade dos ativos. Essas práticas estão intrinsecamente ligadas à perenidade dos negócios, promovendo uma abordagem sustentável e responsável que considera não apenas os resultados financeiros imediatos, mas também os impactos a longo prazo nas empresas”, completa.
Já no contexto da diversificação de portfólio, Kasparian diz que as práticas ESG acrescentam uma dimensão adicional. Além de buscar uma alocação eficiente de recursos entre diferentes ativos financeiros, os investidores também devem considerar a diversificação em termos de empresas que adotam práticas ESG sólidas.
“Ao considerar a importância das práticas ESG, os investidores podem impulsionar uma transformação positiva, alcançando tanto resultados financeiros sólidos quanto contribuições significativas para um futuro mais sustentável e responsável”.
Atenção do mercado ao tema
Segundo Roberto Gonzalez, o mercado tem investido nesse conceito com os títulos que têm cada vez mais se amadurecido, além dos índices de sustentabilidade criados pela B3.
O assunto tem sido massivamente debatido e, neste ano, é um dos temas centrais da Semana Mundial do Investidor (WIW), onde será abordada a importância do conceito.
“A abordagem responsável e sustentável não apenas beneficia as empresas e a sociedade como um todo, mas também cria um ambiente propício para a criação de valor a longo prazo, mitigação de riscos e prosperidade econômica”, destaca Marcela Kasparian.
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