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“Estamos construindo a fundação da IA e é preciso avaliar melhor os riscos”, afirma Clara Durodié

Fundadora e CEO do Cognitive Finance Institute, participou do MKBR 2024

Discussão aborda riscos da IA. Foto: Divulgação MKBR24
Discussão aborda riscos da IA. Foto: Divulgação MKBR24

“Somos a primeira geração a usar a IA, e a última que pode moldar seu futuro”, foi uma das frases em que Clara Durodié, fundadora e CEO do Cognitive Finance Institute, deu mais ênfase durante sua participação no MKBR, evento realizado nesta quinta-feira (06/06) pela B3 em parceria com a Anbima.

A uma plateia repleta de profissionais do mercado financeiro, Clara falou sobre a importância entre diferenciar o hype da realidade sobre a inteligência artificial. “As expectativas são exageradas frente às capacidades reais”, afirmou.

Na visão da especialista, o entusiasmo exagerado pode fazer com que pessoas e empresas ignorem os riscos da tecnologia. O custo disso, entretanto, é alto. “Estudamos o custo de corrigir ou aposentar um algoritmo três anos depois de seu lançamento. E para cada dólar investido no lançamento, são necessários mais de mil dólares para a correção. O custo é enorme”, afirmou.

IA e internet

Em conversa com ela, o moderador Gustavo Cunha, da FinTrender, questionou o quanto a revolução da IA pode se comparar com a internet. Para Clara, há muitas similaridades. “A internet é o melhor exemplo de como a conveniência, velocidade e entusiasmo nos leva a ignorar os problemas e a não corrigi-los”, afirmou. “Hoje, estamos lidando com problemas que deveriam ser resolvidos antes, e é muito mais complexo”.

Sobre os usos no mercado financeiro, Clara alertou sobre os riscos envolvendo segurança, ética e privacidade. “As decisões precisam ser compreendidas, e hoje estamos na era da caixa preta. A IA generativa hoje age de forma imprevisível”, disse.

Para os negócios e executivos, a especialista lembrou que “para cada risco que tomamos, precisamos entender as desvantagens, e alguns riscos simplesmente não vale a pena”. Entretanto, ela se disse assustada nos últimos dez meses ao avaliar que os conselhos e diretorias das empresas não têm avaliado os riscos da IA de forma rigorosa.

“Eu gostaria de ver mais conversas sobre a segurança e as limitações técnicas da tecnologia”, concluiu.

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