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Inflação do consumo nos EUA tem alta modesta, dentro do esperado

Índice preferido para decisões de política monetária pelo Federal Reserve avançou 0,2% em julho e 3,3% na base anual, menores ganhos desde 2020

Dólar. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Dólar mais fraco no exterior pode ajudar real. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Em meio as discussões sobre novos aumentos de juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed), o índice de inflação muito observado pelo BC americano para definir a sua política monetária, registrou em julho os menores ganhos consecutivos em três anos.

O índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) cresceu 0,2% em julho, na comparação com o mês anterior. Na base anual, o indicador ficou em 3,3%, um pouco acima dos 3% em junho.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 31/08, pelo Departamento do Comércio do país. Ainda na base anual, os preços de alimentos cresceram 3,5% e serviços subiram 5,2%. Na contramão ficaram os preços de bens de consumo (-0,5%) e energia (-14,6%).

O núcleo do índice – que exclui itens voláteis como alimentos e energia, além de apontar uma tendência para os preços – avançou 0,2% em julho, dentro do esperado. No ano, a alta foi de 4,2%, ante 4,1% no mês anterior.

A renda pessoal dos americanos avançou 0,2% em julho e os gastos com consumo subiram 0,8% em julho.

Inflação x Juros

Apesar dos números mais positivos, o Fed está longe de conseguir levar a inflação para a meta de 2%. Na semana passada, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que pretende manter os juros altos, até conseguir domar os preços.

“Embora a inflação tenha descido do seu pico, uma desaceleração bem-vinda, ela continua demasiadamente elevada”, disse.

Diante dessa pressão, em junho o BC americano elevou a taxa básica de juros para o maior patamar em 22 anos, no intervalo de 5,25% a 5,5% ao ano. O mercado espera estabilidade na reunião de setembro, mas prevê uma nova alta ainda neste ano.

Mercado de trabalho

Os pedidos de seguro-desemprego nos EUA caíram para 228 mil na semana encerrada em 26 de agosto, ante 232 mil na anterior. O resultado veio abaixo do esperado pelos analistas.

Na segunda-feira, também foi divulgado que a abertura de postos de trabalho desacelerou em julho ao menor nível em dois anos.

O menor número de vagas, aliado ao aumento da participação na força de trabalho, deu um maior equilíbrio ao mercado de trabalho americano. Essa combinação, ajudou a moderar o crescimento dos salários, que tem impacto direto na demanda e na inflação.

O analista da Rico, Antonio Sanches, explica que o esfriamento do emprego e da atividade econômica nos EUA é mais um indicador importante de que os juros mais altos tem trazido um efeito positivo para a inflação.

“Apesar de parecer contraditório, o freio na economia pode indicar a efetividade dos juros mais altos para controlar a inflação, e alimentam expectativas de que o Banco Central não precise mais subir os juros por lá”, explica.

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