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Mercado financeiro hoje: reação a Copom no Brasil; cautela nos EUA pós-Fed

Bancos Centrais da Turquia e da África do Sul também anunciam seus veredictos sobre juros hoje

Copom. Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil
O livro de registros do Copom, o Comitê de Política Monetária. Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um dia após o Fed anunciar a manutenção da taxa de juros nos EUA e do Copom anunciar a queda de 50 pontos-base na Selic para 12,75%, a quinta-feira, 21/09, traz mais decisões de política monetária e as atenções estarão especialmente no Banco da Inglaterra (BoE).

Mas os Bancos Centrais da Turquia e da África do Sul também anunciam seus veredictos sobre os juros pela manhã, enquanto o desfecho do encontro do Banco do Japão (BoJ) será à noite. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, também fica no foco.

Nos Estados Unidos, saem dados de pedidos de auxílio-desemprego e vendas de moradias usadas. No Brasil, o destaque é a arrecadação federal de agosto, mas fica no radar o almoço entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Decisões monetárias na Europa e EUA

O tom mais duro do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), sinalizando novo aumento de juros até o fim do ano, ainda ecoa nos mercados internacionais. Os futuros de Nova York recuam e na Europa as bolsas caem mais de 1% em meio às decisões de bancos centrais da região antes do BC inglês, além da queda de mais de 1% do petróleo e de 1,90% do minério de ferro.

Hoje os bancos centrais da Suécia e da Noruega elevaram juros básicos, mas o da Suíça optou por uma inesperada manutenção de sua taxa principal, horas antes de o Banco da Inglaterra (BoE) também anunciar decisão de política monetária.

Analistas preveem que o BC inglês deverá anunciar uma última elevação no atual ciclo de aperto monetário, mas não descartam uma pausa após a inflação do Reino Unido desacelerar levemente em agosto.

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Comunicado do Copom

A cautela nas bolsas internacionais pós-Fed e queda das commodities devem pesar no Ibovespa em meio à repercussão da reunião do Copom.

O comunicado do Copom do Banco Central (BC) repetiu que continua a avaliar como apropriado que o ciclo de afrouxamento da taxa ocorra no ritmo de 0,50 ponto porcentual “nas próximas reuniões”. Mais uma vez, a sinalização foi unânime entre os nove componentes da diretoria do BC, contando com o presidente Roberto Campos Neto. Além disso, o BC fez um alerta para importância de perseguir a meta estabelecida no novo arcabouço fiscal, sob o risco de limitar a queda da Selic. A taxa passou de 13,25% para 12,75% ao ano

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan , disse que a Pasta recebeu de forma muito positiva o corte na taxa de juros e a sinalização de novas reduções.

O mercado também olha os números da arrecadação de impostos em agosto, em meio à descrença do mercado sobre a capacidade de o governo cumprir a meta de déficit zero em 2024.

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Brasil deixa a liderança mundial de juros reais 

Com a nova baixa da Selic, o Brasil não é mais o líder global no ranking da Money/You de juros reais – aqueles que descontam a inflação e são alvos das críticas de políticos e empresários.

Brasil ocupou o posto ininterruptamente desde maio de 2022, quando a Selic, ainda no ciclo de alta, chegou justamente ao mesmo patamar adotado hoje, de acordo com informações da Agência Estado. 

Segundo levantamento do site com 40 economias, o Brasil passa a ter uma taxa de juro real de 6,40% e agora figura entre os campeões do mundo atrás do México (6,61%). Em terceiro lugar aparece a Colômbia, com 5,10%.

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