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Fitch rebaixa rating dos EUA de AAA para AA+, com perspectiva estável

Estátua da liberdade em Nova York. Foto: Adobe Stock
No Brasil, as moedas estrangeiras variam livremente de acordo com a oferta e a demanda. Foto: Adobe Stock

A a agência de classificação de risco Fitch rebaixou o rating de emissor de inadimplência a longo prazo e moeda estrangeira (IDR, na sigla em inglês) dos Estados Unidos de AAA para AA+, com perspectiva estável.

Segundo a Fitch, o rebaixamento reflete a deterioração fiscal esperada para os próximos três anos, assim como a crescente dívida do governo geral. Ainda, destaca para uma erosão relativa da governança em relação aos pares ‘AA’ e ‘AAA’ nos últimos 20 anos que se manifestou em repetidos impasses de limite de dívida e resoluções de última hora.

No comunicado em que anunciou o rebaixamento do rating americano, a Fitch prevê que os Estados Unidos enfrentarão recessão “leve” entre o quarto trimestre de 2023 e o primeiro de 2024, diante da desaceleração do consumo. A agência ainda prevê que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país deverá ser de 1,2% em 2023, após alta de 2,1% em 2022, seguida de um avanço de 0,5% de 2024.

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A agência de avaliação de risco projeta que o Federal Reserve (Fed) elevará elevar as taxas novamente em setembro, em 25 pontos-base (pb), para a faixa entre 5,50% e 5,75%. “Enquanto a inflação nominal caiu para 3% em junho, o núcleo da inflação do PCE, o principal índice de preços do Fed, permaneceu teimosamente alto em 4,1% no comparativo anual. Isso provavelmente impedirá cortes na taxa de fundos federais até março de 2024”.

Por que o rating dos EUA foi rebaixado pela Fitch?

A Fitch avalia que houve uma deterioração nos padrões de governança nos últimos 20 anos nos Estados Unidos, apesar da resolução bipartidária para suspender o limite da dívida até janeiro de 2025, colocando fim no impasse entre o presidente americano, Joe Biden, e o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy.

“Os repetidos impasses políticos do limite da dívida e resoluções de última hora corroeram a confiança na gestão fiscal. Além disso, o governo carece de uma estrutura fiscal de médio prazo, ao contrário da maioria de seus pares, e possui um processo orçamentário complexo”, destaca a agência de avaliação de risco.

Segundo a Fitch, tais fatores, junto a diversos choques econômicos, tiveram contribuição para o aumento da dívida nos últimos dez anos, ao passo que houve “progresso limitado” no enfrentamento dos desafios relacionados aos custos da previdência social devido ao envelhecimento da população.

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A expectativa da Fitch é de que o déficit do governo suba de 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 para 6,3% do PIB em 2023, como reflexo da receita federal mais fraca, novos gastos e carga de juros mais alta. “Além disso, espera-se que os governos estaduais e locais tenham um déficit geral de 0,6% do PIB este ano, após um pequeno superávit de 0,2% do PIB em 2022”.

A agência projeta ainda que a relação dívida/PIB avançará de 112,9% este ano para 118,4% até 2025.A Fitch não espera nenhuma outra medida substancial de consolidação fiscal antes das eleições de novembro de 2024.

*Informações da Agência Estado

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