Ibovespa cai 0,69% e fecha mês com queda de 3,08%; dólar tem maior desvalorização mensal desde 2023
A subida dos juros futuros também impossibilitou uma valorização do índice na sessão
O Ibovespa fechou o pregão em queda de 0,69%, aos 131.816,44 pontos nesta segunda-feira (30), na mínima do dia. Já o dólar encerrou em alta de 0,19%, cotado a R$ 5,44, mas a moeda norte-americana teve maior desvalorização mensal desde junho de 2023.
Na máxima intradiária, o índice chegou a bater os 133.120 pontos. No mês, o Ibovespa contraiu 3,08%.
Ibovespa
Ações da Vale fecharam em queda de 0,70%, R$ 63,51, assim como os papéis PN da Petrobras, que recuaram 0,28%, a R$ 36,01, e os ON, que caíram 0,63%, a R$ 39,27.
A subida dos juros futuros também impossibilitou uma valorização do índice na sessão.
A curva local foi afetada por uma alta nos rendimentos dos Treasuries (títulos do Tesouro americano) após a fala de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed).
Powell disse que a autoridade monetária deverá diminuir o ritmo e cortar os juros em 0,25 p.p. mais duas vezes neste ano.
O volume financeiro do Ibovespa na sessão foi de R$ 16,0 bilhões e chegou a R$ 20,8 bilhões na B3.
Dólar
O dólar à vista encerrou o pregão em leve alta frente ao real, mas terminou setembro exibindo desvalorização consistente, de 3,30%, o pior desempenho da moeda americana desde junho do ano passado, quando desvalorizou 5,60%.
A sessão foi marcada pela volatilidade comum do último negócio do mês, quando há formação da Ptax mensal.
Ainda que notícias vindo da China tenham ajudado o câmbio brasileiro no início do dia, já pela manhã a moeda americana se fortaleceu.
O dólar ganhou força adicional à tarde com comentários do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Mais perto do fechamento, no entanto, parte dessa apreciação se desfez.
Terminadas as negociações, o dólar comercial encerrou em alta de 0,19%, cotado a R$ 5,4469, depois de encostar na mínima de R$ 5,4031 e de tocar na máxima de R$ 5,4722.
Já o euro comercial teve desvalorização de 0,08%, cotado a R$ 6,0638, enquanto no mês a moeda europeia recuou 2,61%.
Bolsas de Nova York
As principais bolsas de Nova York reverteram a tendência negativa vista na maior parte do dia e encerraram o pregão desta segunda-feira, última sessão de setembro, em leve alta.
O movimento se deu após os comentários de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, durante a tarde.
Embora as falas tenham sido vistas como um tanto “hawkish” (propensas a juros mais altos) pelo mercado, Powell reafirmou a solidez da economia americana.
O índice Dow Jones teve alta de 0,04%, a 42.330,15 pontos; o S&P 500 subiu 0,42%, a 5.762,48 pontos; e o Nasdaq avançou 0,38%, a 18.189,17 pontos.
No acumulado mensal, o Dow Jones subiu 1,85%, o S&P 500 ganhou 2,02% e o Nasdaq avançou 2,68%.
Bolsas da Europa
As principais bolsas da Europa encerraram a última sessão de setembro em queda, enquanto os investidores monitoravam dados econômicos e em meio a perdas no setor automobilístico.
O índice Stoxx 600 caiu 0,98%, a 522,89 pontos, o CAC 40, de Paris, cedeu 2,00%, para 7.635,75 pontos, o DAX, de Frankfurt, recuou 0,75%, a 19.324,93 pontos, e o FTSE 100, de Londres, perdeu 1,01%, a 8.236,95 pontos.
No mês, o Stoxx caiu 0,39%, o DAX ganhou 2,08%, o CAC 40 perdeu 0,14% e o FTSE recuou 1,52%.
Na agenda de dados, mais cedo, o mercado europeu se frustrou com o resultado do PIB do Reino Unido do segundo trimestre, que cresceu 0,5% em relação ao trimestre anterior, segundo dados revisados, abaixo da leitura anterior de alta de 0,6%.
Ao mesmo tempo, o índice de preços ao consumidor (CPI) de setembro da Alemanha, que também foi divulgado na manhã desta segunda-feira (30), ficou estável ante agosto, segundo dados preliminares.
O resultado foi menor que o consenso de 0,1% esperado por economistas consultados pelo “Wall Street Journal”.
No meio corporativo, o setor automobilístico foi destaque negativo, caindo 4%, após vários cortes de orientação de empresas do setor.
A Stellantis fechou em queda de 14,72%, depois que a montadora reduziu sua orientação anual para 2024 em meio à deterioração da “dinâmica global da indústria” e ao aumento da concorrência da China.
A Renault fechou em queda de 5,6%, enquanto a Porsche caiu 4,31% e a Volkswagen recuou 2,29%.
Nesta semana, o relatório oficial de empregos dos Estados Unidos, o chamado “payroll”, que será divulgado na sexta-feira (4), está em foco, pois pode determinar se o Federal Reserve (Fed) reduzirá as taxas de juros em 0,50 ou 0,25 ponto percentual em novembro, escreve Kathleen Brooks, diretora de pesquisa da XTB.
*Com informações do Valor Econômico
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