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Mercado hoje: ata do Copom e cautela externa com China estarão no radar

Os investidores também ficam à espera ainda de uma série de balanços corporativos, que saem após o fechamento dos mercados

Bandeira do Brasil e da China dividem a imagem
Reabertura econômica chinesa favorecerá parceiros comerciais do país asiático e empresas de setores estratégicos. Foto: AdobeStock

Nesta terça-feira, 8/8, as atenções estarão centradas na divulgação da ata da reunião do Copom da semana passada, que deve detalhar a opção majoritária pelo corte de 0,50 ponto da taxa Selic, a 13,25%, e a visão dos diretores que votaram pela redução de 0,25 ponto, além da sinalização de novos cortes na mesma intensidade nas próximas reuniões.

Também hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e os demais líderes da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) reúnem-se na Cúpula da Amazônia em Belém. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem encontros com a bancada de deputados do PT, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) e o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL). Ainda o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, faz palestra no Tag Summit 2023 e vários balanços corporativos estão previstos no fim da tarde, incluindo Gerdau, Braskem, Engie, CVC e 3R Petroleum.

Nos EUA, comentários dos dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) Patrick Harker (Philadelphia) e Thomas Barkin (Richmond) devem guiar as expectativas de política monetária antes dos dados de inflação previstos para os próximos dias.

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No exterior

Um quadro negativo predomina nos mercados internacionais após os números mais fracos que o esperado das exportações e das importações chinesas em julho. As bolsas chinesas foram pressionadas por problemas financeiros em incorporadoras, incluindo a maior delas, a Country Garden, que não realizou os pagamentos de dois cupons denominados em dólar, previstos para 6 de agosto, em um total de US$ 22,5 milhões. A Bolsa de Xangai recuou, contaminando outros mercados na região e no ocidente.

Na Europa, os índices acionários são pressionados também pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Alemanha, que subiu 6,2% em julho, na comparação anual, como previsto para esta leitura final, mas bem acima da meta do Banco Central Europeu (BCE) para a zona do euro, de 2% ao ano. Além disso, alguns resultados corporativos são avaliados, como o da Glencore, cuja ação recua em Londres após recuo no lucro, e em Milão ações de bancos sofrem após o gabinete de governo da Itália concordar com um imposto sobre lucro do setor para o ano atual.

Já os futuros de Nova York devolvem ganhos de ontem em meio a expectativas por falas de dirigentes do Fed, números da balança americana e a publicação de balanços, na reta final da temporada de resultados do segundo trimestre nos Estados Unidos. O petróleo opera em baixa em meio à valorização do dólar, enquanto os juros dos Treasuries (dívidas) recuam, com investidores à espera ainda dos dados de inflação ao consumidor e ao produtor de China e dos EUA.

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No Brasil

Por aqui, os dados da balança chinesa devem pesar nos mercados locais, que já devem abrir repercutindo a ata do Copom. O Ibovespa e as ações da Petrobras podem ser pressionados ainda pela queda do petróleo e balanços corporativos também devem influenciar os ajustes, como o de Itaú Unibanco e Eletrobras. No segundo trimestre, os três maiores bancos privados do País lucraram R$ 15,569 bilhões, queda de 17,2% em um ano.

Os investidores ficam à espera ainda de uma série de balanços corporativos, que saem após o fechamento dos mercados. No câmbio e nos juros, além da precificação da ata do Copom, os investidores acompanham o leilão do Tesouro e o Banco Central inicia a rolagem dos contratos de swap cambial com vencimento em 2 de outubro de 2023, totalizando US$ 15,4 bilhões (307.670 contratos).

Ontem, o Ibovespa fechou em queda de 0,11%, a 119.379 pontos, depois de ter chegado a 120.103 de máxima no início do dia. Simultaneamente, o dólar avançou 0,40%, a R$ 4,8946. O câmbio chegou a estar menos favorável para o real no início do pregão, quando o dólar passou dos R$ 4,90.

*Com informações da Agência Estado

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