Mercado

Mercados financeiros hoje: PIB dos EUA e membros do Fed guiam negócios

No mercado doméstico, dado fiscal é destaque

Foto apresenta bandeira dos EUA hasteada no Capitólio, em Washington.
Atenção agora se volta para política monetária do país. Foto: Adobe Stock

As revisões do Produto Interno Bruto (PIB) e do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) dos Estados Unidos no quarto trimestre de 2023 são os destaques da agenda internacional, enquanto o IGP-M de fevereiro e o resultado primário do Governo Central em janeiro são aguardados também no mercado local. Os dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) Raphael Bostic, de Atlanta, e John Williams, de Nova York, participam de eventos à tarde. No Brasil, as reuniões do G20 em São Paulo terão presenças hoje do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e de presidentes do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, e do BCB, Roberto Campos Neto.

Investidores estrangeiros mostram cautela nesta manhã

O sentimento de cautela predomina nos mercados antes da publicação do PIB e de discursos de dirigentes do Fed, que devem guiar as expectativas de política monetária antes da divulgação amanhã dos números de inflação americana do PCE de janeiro, medida de preços mais olhada pelo Fed. Os futuros de Nova York recuam mesmo com os rendimentos dos Treasuries longos caindo, mas o dólar ganha força ante moedas principais e traz pressão de baixa ao petróleo.

Na Europa, as bolsas estão sem direção única, após balanços decepcionantes de grandes empresas da região. O varejista francês Casino, controlador do Grupo Pão de Açúcar (GPA) no Brasil, sofreu prejuízo de líquido de 5,66 bilhões de euros em 2023, múltiplas vezes maior do que a perda do ano anterior. A ação do varejista tombava mais de 9% em Paris perto das 7 horas. Já em Amsterdã, o papel da ASM International caía 3,4%, após o fabricante de chips holandês revelar queda em sua receita trimestral, em balanço divulgado ontem à tarde. Por outro lado, a Vodafone subia quase 3% em Londres, após a empresa de telefonia britânica confirmar que está em negociações avançadas para vender sua operação italiana para a Swisscom.

Brasil

A bolsa pode abrir pressionada pelo mau humor externo em meio a sinais mistos das commodities. O petróleo recua e pode impactar negativamente as ações da Petrobras. O ADR da estatal caía 0,51% no pré-mercado em Nova York por volta das 7h25. O minério de ferro para maio subiu 1,08% em Dalian, na China. Ainda assim, o ADR da Vale caía 0,88%, diante de impasse sobre a mudança de CEO e após comentários do presidente Lula sobre a mineradora, de que a mineradora “não pode pensar que é dona do Brasil” e que pretende ter uma nova política para a área.

Balanços divulgados ontem à noite devem repercutir também, como o da XP. A queda dos juros dos Treasuries pode aliviar a curva de juros futuros em meio à valorização do dólar, que pode oscilar sem direção única em meio a rolagens de contratos futuros em véspera de fechamento da Ptax de fevereiro, amanhã.

Os indicadores locais serão monitorados também. O IGP-M deve mostrar deflação e o Governo Central deve ter superávit primário de R$ 79,05 bilhões em janeiro, após déficit de R$ 116,147 bilhões em dezembro de 2023.

As reuniões do G20 seguem ainda no foco. Também o andamento da pauta econômica no Congresso deve ser acompanhado. O presidente Lula assinou ontem à noite, uma medida provisória revertendo a reoneração da folha de pagamentos e um projeto de lei será publicado no Diário Oficial. A reversão atende a acordo político firmado pelo governo com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A nova MP torna sem efeito todo o trecho contido na anterior, mas mantém a extinção do programa de incentivo tributário ao setor de eventos e turismo, o Perse, e a limitação às compensações tributárias feitas pelas empresas em caso de vitória contra o Fisco na Justiça. A extinção do Perse é importante para a equipe econômica porque vai produzir uma economia de R$ 6 bilhões neste ano.

*Agência Estado