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Na prática, reforma tributária vai reduzir alíquota de imposto em relação à atual, diz Bernard Appy

Secretário extraordinário para Reforma Tributária detalhou proposta de regulamentação em evento nesta sexta-feira

Bernard Appy, Secretário extraordinário para Reforma Tributária, afirma que reforma tributária pode reduzir alíquota média da economia brasileira
Secretário extraordinário para Reforma Tributária detalhou proposta de regulamentação em evento nesta sexta-feira. Foto: Divulgação

Dias após o governo federal apresentar ao Congresso a proposta de regulamentação da reforma tributária, o secretário especial do Ministério da Fazenda para o tema, Bernard Appy, comentou os efeitos esperados das mudanças nas regras fiscais do País. Segundo ele, “a alíquota padrão é feita de forma a manter a carga tributária”. Na prática, entretanto, ele defende que a nova regulamentação vai levar a uma “redução de alíquota em relação à alíquota média que incide hoje na economia”. Isso porque, de acordo Appy, “a reforma tem um efeito muito forte de reduzir sonegação, inadimplência e fraudes”.

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“Ao reduzir sonegação, fraudes e inadimplência, eu consigo baixar alíquota mantendo a mesma carga tributária que nós temos hoje. Claro que hoje não dá para falar qual é a alíquota porque só tem exceção no nosso sistema tributário brasileiro”, afirmou a jornalistas após evento realizado nesta sexta-feira (26/04) na Amcham.

A proposta agora precisará passar pelos trâmites no Congresso para ser aprovada – um ponto que tem gerado apreensão sobre o desenho final da reforma. “Essa alíquota [de 26,5%] foi calculada com base no que está no projeto de reforma tributária que foi enviado para o Congresso Nacional. Se no processo de tramitação for ampliado o número de itens que têm alíquotas menores, a alíquota padrão tem que ser mais alta para poder manter a carga tributária”, disse Appy.

Autonomia dos estados e municípios é mantida

O secretário ressaltou que o modelo proposto mantém a autonomia de estados e municípios aumentarem ou reduzirem a alíquota do imposto cobrado. “Agora, tem uma coisa muito importante nesse novo modelo. Se você aumentar a alíquota em 1%, o custo para o consumidor, que é o eleitor do seu estado ou seu município, vai aumentar em 1%. Isso não acontece hoje”, disse.

“Hoje, os estados e municípios mudam a alíquota e as pessoas estão pagando sem saber para quem. No novo modelo isso vai ser absolutamente transparente”, completou.

Impacto da reforma tributária na cesta básica

Segundo a proposta de regulamentação da reforma tributária, 15 alimentos in natura ou pouco industrializados vão compor a cesta básica nacional e pagar imposto zero, e outros 14 produtos terão alíquota reduzida em 60%.

Ao ser questionado em relação às discussões no Congresso sobre aumentar a lista de isenção, Appy afirmou: “se a gente pegar o que está na cesta básica na alíquota reduzida, tem uma redução significativa de tributação em relação ao que tem hoje”.

Segundo ele, considerando o modelo atual, a alíquota vai cair de 8% para zero. “No caso daquele [produto] que vai ficar na alíquota reduzida, hoje tem 15,7%, e vai para 10,6%. Para um terço da população brasileira que vai receber o cashback, vai para 8,5%”, afirmou.

“Agora, se o Congresso entende que tem que reduzir ainda mais essa tributação, isso vai ter um efeito sobre a alíquota [padrão] que vai ser paga sobre todos os itens, é uma decisão do Congresso Nacional”, disse.

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