Objetivos financeiros

Casa própria: como saber o valor máximo que posso pagar por um imóvel

Assumir um financiamento imobiliário exige planejamento financeiro

Élida Oliveira, especial para o Bora Investir

Comprar uma casa própria é um investimento que requer planejamento financeiro, que vai desde o comprometimento para poupar e acumular capital para dar entrada no imóvel, até economizar para ter rendimento mensal que cubra as parcelas do financiamento imobiliário.

Mas, com a valorização imobiliária dos últimos anos, motivada pela alta dos insumos da construção civil durante a pandemia, os preços dos imóveis subiram, tornando o sonho da casa própria um investimento desafiador. A tendência é que os preços continuem pressionados, desta vez pelo cenário de queda de juros e das taxas de financiamento, o que aumenta a demanda por imóveis.

“O financiamento continua sendo a principal linha de crédito usada, ainda que comprometa o fluxo financeiro das famílias devido às elevadas taxas de juros. Em 2023 tivemos uma média de elevação dos valores de imóveis na casa de 5%. Esse percentual é impulsionado, principalmente, pelo aumento dos insumos dos itens da construção civil. Dificilmente esse custo não será repassado ao consumidor final e, seguindo a tendência do ano passado, começamos 2024 com alta nos preços dos imóveis”, afirma Marlon Glaciano, planejador financeiro e especialista em finanças.

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Como se planejar para comprar um imóvel

O ideal é que  uma família ou uma pessoa não comprometa mais do que 70% da sua receita com a manutenção do seu padrão de vida no dia a dia. É dentro desta porcentagem que devem entrar os custos do financiamento do imóvel. 

“Quando pensamos em aquisição, principalmente se for via financiamento, temos uma regra-base onde a parcela não deve exceder 30% da receita. Neste caso, teríamos mais 40% como complemento do padrão de vida para os demais compromissos financeiros”, sugere.

Assim, se uma pessoa ou família tem renda mensal de R$ 5.000, ela deve separar R$ 3.500 (70%) para cobrir as despesas do mês e, dentro deste valor, separar R$ 1.050 para a parcela do financiamento.

Glaciano pondera que este é um cenário ideal, que muda conforme as características da família. Uma pessoa solteira com renda de R$ 5.000 tem despesas diferentes de uma pessoa com a mesma renda e filho pequeno. “A margem de sobra ficaria bem mais apertada”, afirma.

Já em casos em que você tenha uma perspectiva de aumento de renda ou uma reserva de emergência já consolidada, é possível comprometer um percentual maior da renda mensal com os custos do financiamento, afirma José Augusto Balotari, assessor de investimentos da Manchester Investimentos.

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Como acumular renda para comprar a casa própria

Quando você dá uma entrada para comprar um imóvel, o valor das parcelas de financiamento caem, já que o total de dinheiro emprestado será menor e, consequentemente, você pagará menos juros.

Além disso, os bancos financiam, em geral, até 90% do valor do imóvel – portanto, sempre será preciso dar uma entrada.

Para acumular o valor da entrada, Glaciano recomenda que, sempre que possível, seja feito um planejamento financeiro desde jovens, já que os custos de vida são menores. 

Depois, o futuro dono de um imóvel poderá pegar o que economizou e investir em produtos conservadores, para ter menor exposição ao risco e boa rentabilidade

Entre as opções, ele destaca CDBs que remuneram acima de 100% do CDI, fundos de renda fixa e LCIs/LCAs que, dependendo do perfil das pessoas em relação à liquidez, se tornam ótimas oportunidades, afirma o planejador financeiro.

Balotari, da Manchester Investimentos, sugere os mesmos investimentos, além do Tesouro Direto – opções que preservam o capital e trazem a rentabilidade esperada.

Caso não seja possível, há linhas de crédito de incentivo do governo, como o Minha Casa, Minha Vida, que cobra juros menores em imóveis populares.

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