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6 dicas de Thiago Salomão e Renato Santiago para começar a investir em ações

Em novo livro, “Sem Medo de Investir em Ações”, os fundadores do Market Makers desmistificam o mercado de renda variável

Thiago Salomão e Renato Santiago, autores do livro "Sem Medo de Investir em Ações"

4,8 milhões de brasileiros investem em ações na B3. O crescimento nos últimos anos foi expressivo. No entanto, considerando a população brasileira total, de 200 milhões de habitantes, menos de 2% investem na renda variável. Thiago Salomão e Renato Santiago, os fundadores e apresentadores do podcast Market Makers, lançaram nesta semana um livro para ajudar quem está começando a investir em ações.

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Em Sem medo de investir em ações: Um manual para multiplicar seu dinheiro na Bolsa de Valores, os autores explicam desde o princípio: o que é uma ação, como saber o quanto pagar por uma ação e como montar um portfólio.

“Investir em ações não é apenas uma boa opção, mas praticamente uma necessidade para preservar e multiplicar seu dinheiro no longo prazo”, afirmam eles no livro. Para ajudar o investidor iniciante, Salomão e Santiago traduzem os temos técnicos usados no mercado, usam exemplos da vida real para aproximar o leitor desse mundo e contam histórias e curiosidades sobre grandes empresas reais.

Opções de ações: guia básico para entender antes de começar a investir

Confira algumas das dicas que estão presentes no livro.

1. Em primeiro lugar, entenda o que é investir em uma ação

Ao comprar uma ação, você se torna sócio e está investindo em uma empresa. Por causa disso, o desempenho de seu investimento depende da gestão e o fundamento da companhia e do valor que o mercado atribui ao seu desempenho futuro, além de fatores macroeconômicos. Ou seja: atente-se a esses aspectos na hora de investir. Por isso, estude o negócio, sua estratégia e quem são as pessoas que a dirigem.

2. O preço da ação importa – e muito

“O preço é um fator fundamental na hora de decidir se vai comprar ou vender o papel de uma empresa”, alertam os autores. Uma empresa pode ter bons fundamentos, mas se suas ações estiverem caras demais, no momento da compra, pode se tornar um investimento ruim, pois fica sem margem de valorização. “O momento, portanto, é um dos fatores que mais influenciam na compra ou venda de uma ação”.

3. De olho no longo prazo

Segundo os autores, um erro comum das pessoas ao investir em ações é o imediatismo. Muitos acreditam que farão uma aposta certeira que vai multiplicar seu patrimônio em pouco tempo. No entanto, a paciência é fundamental na renda variável. “Acreditamos firmemente que todo mundo deveria ter ações em uma carteira com horizonte de longo prazo. Partimos da premissa de que a Bolsa de Valores reúne as melhores empresas de um país (em desempenho, transparência de informações e solidez) (…) Claro que há exceções, mas, geralmente, elas tendem a crescer e a se valorizar no longo prazo, levando seu patrimônio junto”, dizem.

4. Não se deixe levar pelas emoções

“Mais do que aprender como funciona esse tipo de investimento, agir racionalmente e sem se deixar levar pelas emoções talvez seja a parte mais importante e difícil de internalizar”, escrevem Thiago Salomão e Renato Santiago. Por mais que você entenda que não é o melhor a fazer, é difícil segurar o impulso de vender tudo quando o preço de uma ação oscila para baixo.

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“Se perceber que, a qualquer oscilação para baixo, o impulso de tirar o dinheiro é incontrolável, talvez você esteja com mais dinheiro do que deveria nessa ação. Da mesma forma que se, ao ganhar muito dinheiro com uma ação, você sente vontade de colocar ainda mais dinheiro nela, é melhor analisar com calma pra ver se é uma atitude racional ou se é pura euforia”, dizem.

5. Custo de aprendizado

Por mais que você estude antes ou use simuladores antes de aportar dinheiro de verdade, a melhor forma de saber o quanto você aguenta as oscilações do mercado é arriscando a própria pele, afirmam eles. Por isso, o importante é começar pequeno. Um dinheiro que, se perdido, não permita que você passe a noite em claro. “Sabemos que ninguém quer jogar dinheiro fora, mas coloque um valor que você não se importaria de abrir mão se o pior cenário se concretizasse. É o que chamamos de ‘verba de guerra’ ou ‘custo de aprendizado’”, explicam.

6. Diversifique seu portfólio de forma estratégica

Nesse ponto, Salomão e Santiago usam o futebol como exemplo. Contam que, entre os anos 2000 e 2006, o Real Madrid investiu pesado para contratar alguns dos melhores jogadores do mundo à época: Luís Figo, Zinédine Zidane, Ronaldo Fenômeno e David Beckham. Para isso, o time desembolsou 216 milhões de euros. “Estavam reunidos, em uma só equipe, três jogadores que tinham conquistado o prêmio de melhor do mundo da Fifa. Com tamanho investimento e um elenco desse porte, o time se tornou praticamente invencível, certo? Errado”, escrevem.

Para formar um bom time, não basta escolher os melhores jogadores. “É preciso planejar uma equipe que funcione na parte defensiva, de criação e de finalização, de forma harmoniosa, e que se adapte a cada cenário adverso”. O mesmo acontece para se montar uma boa carteira de ações: não basta escolher as melhores empresas do mercado. É preciso ter estratégia e reunir empresas de diferentes setores e de tamanhos distintos, que reajam de forma diferente a cenários econômicos.

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