Organizar as contas

Como organizar as contas para ir às Maldivas nas próximas férias?

Prever gastos com câmbio, taxas de serviços e passagens aéreas são algumas dicas

Água cristalina e praias de areia branca. A tranquilidade de passar as próximas férias em um lugar paradisíaco como as Maldivas pode entrar no seu orçamento, se o planejamento for feito com bastante cuidado. Além disso, um ponto de atenção se deve à cultura local, de maioria muçulmana, e às regras para circular em lugares públicos, exceto se você for ficar em uma ilha privada.

Mas, afinal, quanto se gasta para viajar até as Maldivas? Como organizar melhor as contas e realizar esse sonho nas férias? O Bora Investir foi atrás destas respostas. Confira.

Qual é o primeiro passo para a viagem?

Para a educadora financeira e autora do livro “Vida Financeira – descomplicando, economizando e investindo”, Luciana Ikedo, o primeiro passo deve ser a escolha da data para a viagem, a definição de quantos dias irá ficar no destino e a busca por passagens aéreas.

Em dezembro e janeiro, os voos para Maldivas costumam ser mais caros. O menor preço vai de R$ 8.785 para a máxima de R$ 11.047, considerando ida e volta de uma viagem de quatro dias, conforme o site de buscas Kayak. 

Em seguida, deve-se olhar as outras despesas necessárias para completar o pacote. “É hospedagem, transfers, passeios e o valor do seguro viagem. Feito isso, você terá um orçamento definido. Verifique, então, o quanto já dispõe para essa viagem e quanto terá que destinar para isso mensalmente”, afirma.

Vale destacar que a moeda local, rúpia maldívia (MVR), somente será usada na capital Malé ou no comércio das ilhas públicas, uma vez que outros locais costumam fazer negócios em dólares.

Como organizar as contas para viajar? 

Segundo Ikedo, a melhor recomendação é juntar recursos extras e já começar a investir em dólares, seja em uma conta internacional ou através de produtos dolarizados, como os Certificados de Depósitos de Ações (BDR, na sigla em inglês). Esses certificados permitem um investimento em moeda estrangeira sem precisar sair do Brasil. 

Mas organizar as contas para viajar nas férias requer mais esforços do que simplesmente ampliar a carteira de investimentos. “[A família] deve definir os objetivos e escolher conjuntamente o que pode ser cortado. Quando se decide em família cortar o almoço fora de casa no domingo ou a troca de carro, por exemplo, não é uma imposição, e sim, uma deliberação, e isso torna tudo mais fácil. Ninguém culpa ninguém nos momentos difíceis”, diz.

Vale prever no orçamento, também, outras despesas importantes. Na hospedagem, o valor mínimo encontrado no Booking.com fica em torno de US$ 1.057, mas você deve ficar ciente que se quiser experimentar os resorts e bangâlos, o preço é mais elevado. 

No transporte, existem diferentes opções. As mais baratas, contudo, são navegar pelo mar em um barco público, que custa em média US$ 1 para sair da capital até uma das ilhas. Existem opções mais caras, como barco privado e hidroavião.

Já na alimentação, é preciso prever alguns dólares a mais por conta das taxas de serviço, que ficam em torno de 10%. Por isso, colocar todos os itens na planilha pode ajudar a evitar vazamentos de recursos que possam eventualmente estourar o orçamento planejado.

Simulação

A pedido do Bora Investir, a educadora financeira da Planejar Paula Bazzo fez uma simulação do quanto uma família de classe média com até quatro pessoas gastaria em uma viagem para as Maldivas. Além disso, ela também simulou o caso de um adulto sozinho que pretende fazer a mesma viagem. Nos dois casos ela ainda propõe quanto cada um pode economizar para curtir as férias. Veja abaixo.

Família de classe média com 4 pessoas

“Considerando que a família se planeje com 12 meses de antecedência para a viagem, teríamos que uma viagem de R$ 102.000. Dividido em 12 meses, corresponderia a poupar mensalmente R$ 8.500. Caso adote uma estratégia de Fundo de Viagem, direcionando o valor mensal em um investimento de liquidez diária que acompanhe a Selic/CDI (atualmente em 10,75% ao ano), a contribuição mensal poderia reduzir para próximo de R$ 8.350 representando uma economia de cerca de R$ 1.800″, explica.

Adulto sozinho

“Considerando que a pessoa se planeje com 12 meses de antecedência para a viagem, teríamos que uma viagem de R$ 44.000,00. Dividido em 12 meses, corresponderia a poupar mensalmente R$ 3.666,66. Caso adote uma estratégia de Fundo de Viagem, direcionando o valor mensal em um investimento de liquidez diária que acompanhe a Selic/CDI, a contribuição mensal poderia reduzir para próximo de R$ 3.594,00, representando uma economia de cerca de R$ 874″, diz.

Quanto tempo para se planejar para a viagem?

A depender do orçamento, o período de um ano pode ser ideal para juntar recursos e planejar a próxima viagem de férias. “Um ano pode ser suficiente, dependendo sempre do orçamento familiar. Para alguém solteiro é a mesma coisa, depende do quanto ganha, do quanto gasta e do quanto consegue guardar mensalmente”, afirma Ikedo.

Para sair do óbvio da caderneta da poupança, o dinheiro reunido para a viagem pode ser alocado em renda fixa, como, por exemplo, em títulos públicos que trazem mais rentabilidade.

Cuidados

Se o seu destino for as Maldivas, deve-se ficar atento às regras da cultura local, de maioria muçulmana. Conforme recomendações de sites de dicas de viagem e relatos de turistas no TripAdvisor, comerciantes locais costumam fechar as lojas e o comércio para realizar orações nas ilhas públicas. Eles proíbem consumo de bebidas alcoólicas e carne de porco. Durante o Ramadã as restrições aumentam. Já nas ilhas privadas essas regras não se aplicam.

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