Marmita, PF ou à la carte: qual a opção mais barata para comer fora?
Levantamento revela as opções mais caras e mais baratas para comer fora de casa
Por Guilherme Naldis
Apesar da deflação expressiva nos alimentos, comer fora de casa ainda está pesando no bolso do brasileiro. Isso porque, segundo um levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), o valor médio de uma refeição completa popular, considerando o prato comercial, é de R$ 34. Levando em consideração o salário médio de R$ 2.921 do trabalhador brasileiro estimado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o custo mensal da refeição completa come cerca de 1/3 da renda mensal.
“Por mais que tenha subido mais devagar, a inflação da alimentação fora do lar ainda é mais persistente do que a de alimentos no lar”, explica Rodrigo Somogyi, diretor de produtos da Pluxee que, antes, era conhecida como Sodexo.
Quem paga as refeições com o próprio bolso é quem sofre mais, enquanto os trabalhadores que recebem vale refeição (VR) veem o benefício durar cada vez menos. Por isso, a duração média do voucher caiu para 11 dias ao mês, em 2023. No ano passado, um VR durava cerca de 13 dias, segundo a Pluxee.
Onde é mais caro comer fora de casa?
O prato comercial pode parecer caro, mas a diferença para os tipos de restaurantes mais caros da lista, o à la carte, é de 150%. Veja, abaixo, a média de preços por tipo de serviço e de refeição:
Comercial | R$ 34,30 |
Autosserviço | R$ 43,24 |
Executivo | R$ 50,51 |
À la carte | R$ 80,48 |
Média nacional | R$ 38,59 |
As maiores variações de preço, em 2023, também ficaram com o à la carte, que registrou aumento de 24% em relação a 2022. Já o serviço de self-service teve elevação de 20%, enquanto o prato comercial elevou-se em 12%. O executivo, por sua vez, teve alta de 1%.
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“O cenário econômico reflete diretamente na alimentação fora do lar. Ainda assim, não reflete o real custo para o trabalhador, já que ele é pressionado também por aumentos em outras categorias de consumo, como combustíveis, energia, saúde e bem-estar”, diz Somogyi.
Por que comer fora de casa é mais caro?
O preço da comida fora de casa sofre pressão de outros fatores e gastos dos estabelecimentos além do próprio alimento, como mão de obra, contas de água, luz, aluguel etc. “Todos esses gastos vêm aumentando por conta da situação econômica do País e, por mais que o tráfego de pessoas tenha crescido no setor de alimentação após a pandemia, ainda segue abaixo de 2019, acarretando dificuldades financeiras”, diz Guilherme Carl, diretor de comercial da Pluxee.
“Porém, vemos um cenário econômico mais otimista, que pode gerar um melhor equilíbrio nesse custo final e, consequentemente, na maior duração do vale-refeição”, acrescenta.
Marmita ainda é a opção mais buscada
Diante dos preços altos e ascendentes, 71% dos consumidores costumam levar marmita para o trabalho, revela pesquisa da Galunion. E há uma diferença de gênero: 78% das mulheres levam comida de casa quando precisam almoçar no trabalho, contra apenas 66% dos homens.
O estudo foi realizado entre 12 e 22 de junho de 2023 e contou com 1.003 entrevistas respondidas por pessoas a partir de 18 anos, das classes A, B e C, em todo o território nacional. “Perguntamos como é essa marmita e foi possível verificar que 55% optam por algumas vezes comprada pronta, algumas vezes feita em casa; 40% preferem sempre a opção com comida feita em casa e apenas 5% buscam sempre comida comprada pronta. Isso está intimamente relacionado aos novos hábitos pós-pandemia”, conta Nathália Royo, especialista em inteligência de mercado na Galunion.
A pesquisa também mostra que 54% das pessoas passaram a cozinhar mais depois da pandemia. Os motivos pelos quais os consumidores optam pela marmita para o almoço variam: 65% afirmam que é para economizar dinheiro, 51% para comer de forma mais saudável e 34% para economizar tempo.
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