Bernie Madoff: série da Netflix ajuda a entender esquema de pirâmide
Documentário conta a história de Bernie Madoff, que movimentou mais de 60 bilhões de dólares em negócios fraudulentos
Ao explorar o mercado financeiro, Hollywood produziu clássicos como Wall Street – Poder e Cobiça (1987), e filmes premiados, como o vencedor do Oscar A Grande Aposta (2015). Agora chegou a vez da Netflix entrar no universo das finanças com o documentário Bernie Madoff: o Golpista de Wall Street, que conta a história do maior esquema de pirâmide financeira já realizado.
O que é uma pirâmide financeira?
Também conhecido como “esquema Ponzi”, referência a Charles Ponzi, primeira pessoa a aplicar o golpe, o esquema de pirâmide acontece quando o dinheiro investido por alguém é repassado a outro investidor, que acredita estar recebendo os dividendos legais de uma empresa.
Sendo assim, as pessoas que caem no golpe são induzidas a fazer um investimento inicial e levar novos participantes para o esquema.
Quem foi Bernie Madoff?
Nascido em Nova York no final da década de 30, Bernie Madoff sempre teve contato com o mercado financeiro – além de ser encanador, o pai de Madoff também trabalhava como corretor de valores.
Em 1960, Madoff fundou sua própria corretora, focada em penny stocks, ações de baixo custo. Durante sua carreira, chegou a ser presidente da Nasdaq, uma das bolsas de valores de Nova York e uma das mais importantes do mundo.
Nesse meio tempo, Madoff alimentou seu gigantesco esquema de pirâmide. Estima-se que o golpe tenha movimentado US$ 64,8 bilhões, quantia vinda de vítimas que incluem fundos de investimento, organizações humanitárias e até celebridades, como o ator Kevin Bacon e o lendário arremessador do beisebol, Sandy Koufax.
A fraude foi descoberta em 2008 e Madoff se declarou culpado durante julgamento em 2009. Sua sentença foi reclusão de cento e cinquenta anos e restituição de US$ 170 bilhões. Dessa forma, Bernie Madoff morreu na prisão em 2021.
A série da Netflix conta a história de Madoff em quatro capítulos e traz depoimentos de vítimas, investigadores e ex-funcionários.
Dicas para não cair em pirâmide financeira
O esquema de pirâmide é sempre apresentado por farsantes como um investimento legítimo. Por isso, em primeiro lugar é preciso saber reconhecer o golpe, que tem algumas características específicas, entre elas:
- Garantia de retornos elevados com riscos baixos;
- Um único promotor ou uma única empresa não registrados nos órgãos reguladores do mercado de capitais e financeiro (no caso do Brasil, a CVM – Comissão de Valores Mobiliários);
- Promessa de lucros anormais, isto é, acima de qualquer outro investimento conhecido, independentemente das condições do mercado;
- Estratégia complicada de explicar ou não apresentada;
- Poucas informações disponíveis para o investidor examinar;
- Necessidade constante da chegada de novos participantes;
Outras práticas podem ser grande ajuda, como:
- Estudar: buscar conhecimento sobre finanças e investimentos é fundamental para que você conheça o funcionamento dos mercados de capitais e financeiro, bem como dos órgãos reguladores, a fim de checar as credenciais de uma empresa suspeita de pirâmide financeira.
- Ser cético: desconfie das promessas de negócios extraordinários, com rendimentos acima do mercado e sem nenhum risco, comandado por uma única empresa sem registro nos órgãos reguladores do mercado.
- Consultar a CVM: todas as empresas que oferecem produtos financeiros precisam estar – obrigatoriamente – registradas na página da Comissão de Valores Mobiliários. Portanto, se a empresa não constar no site CVM, certamente o esquema não é legal.
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