Objetivos financeiros

Troca de emprego: como avaliar se farei um bom negócio?

Pontos financeiros e de qualidade de vida estão entre os principais na hora de avaliar uma troca de emprego

Para qualquer profissional trocar de emprego é um momento de grande importância, que pode gerar muita insegurança e estresse até a decisão conclusiva de seguir ou ficar. A mudança geralmente vem com vários pontos a serem avaliados e é essencial considerar todos com cautela para fazer um bom negócio.

Segundo Clay Gonçalves, planejadora financeira da SuperRico, a avaliação deve ser feita pelo aspecto qualitativo (carreira e vida pessoal) e pelo aspecto quantitativo (remuneração). Mas as duas coisas não devem ser avaliadas separadamente, pois guardam uma importante interrelação.

“Em resumo, se você obtiver vantagens qualitativas e quantitativas, é um bom negócio. Mas se obtiver apenas um tipo de vantagem, esta tem de ser mais importante do que o que se perde para valer a pena”, afirma a planejadora financeira.

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O que deve ser avaliado na troca de emprego

Para Marlon Glaciano, planejador financeiro e especialista em finanças, avaliar a troca de emprego envolve comparar salários, benefícios e oportunidades de crescimento profissional. “É importante também considerar a cultura e o ambiente de trabalho da nova empresa”.

Outros fatores cruciais são a localização, a segurança do emprego e o impacto financeiro de curto e longo prazo. Consultar mentores e usar ferramentas de avaliação de carreira pode ajudar a tomar uma decisão mais segura. Isso, claro, além de investir em autoconhecimento, porque as ambições e valores são diferentes de pessoa para pessoa.

Para avaliar uma mudança de emprego, considere:

1. Compensação e Benefícios: compare salário e benefícios. Uma lista de pontos positivos e negativos pode ajudar;

2. Desenvolvimento de Carreira: verifique se haveria possbilidade de promoções e treinamentos a médio e longo prazo;

3. Cultura e Ambiente de Trabalho: pesquise a empresa e procure informações de ex e atuais funcionários para conhecer a reputação da companhia como empregadora;

4. Localização e Deslocamento: considere tempo de locomoção e custo de viagem diária até o trabalho;

5. Segurança e Estabilidade: avalie a estabilidade da empresa em relação a trajetória, desempenho, imagem e negócio ofertado;

6. Impacto Financeiro: calcule custos e ganhos a longo prazo, sem deixar de considerar as suas necessidades financeiras e padrão de vida atuais; 

7. Qualidade de Vida: pense no equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

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Emprego CLT ou PJ

Outro ponto que pode pesar na avaliação é o modelo de trabalho. Atualmente temos diversas opções no mercado, as principais em esquema CLT (assalariado com registro em carteira) ou PJ (pessoa jurídico).

De acordo com Gonçalves, se você está num mercado que só contrata por meio CLT, então é importante avaliar as propostas de acordo com o salário e possíveis benefícios, como a oferta de trabalho em home office e horários flexíveis. “Além do importante plano de saúde, hoje existem benefícios em saúde física e mental, como Gympass e ZenKlub, vale cultura, e benefícios de saúde financeira”. 

Para ela, tudo isso precisa entrar na conta, pois além de te ajudar a economizar com algumas despesas, você pode ganhar em qualidade de vida. É importante também avaliar os benefícios competíveis com o seu mercado de atuação. Para quem trabalha em empresas de tecnologia, por exemplo, é comum atrelar desempenho e plano de carreira à oferta de participação em programas para se tornarem acionistas.

Agora, se no seu mercado há um modelo de contratação no modelo PJ, muito difundido hoje em dia, é preciso ficar atento e fazer bastante conta. Isso porque segundo a planejadora financeira, o salário deve compensar a falta do seguro-desemprego, do FGTS, das férias remuneradas e do décimo terceiro. 

“Claro que o que se “perde” das leis trabalhistas, se ganha em liberdade. O modelo PJ pressupõe que você é um prestador de serviços, e não um funcionário”, destaca.

Objetivos de carreira

Do ponto de vista de carreira, é importante considerar a sua trajetória e seus objetivos profissionais. Contudo, esta avaliação não é a única. Se as oportunidades de carreira foram preenchidas, é preciso observar se isso não significará um sacrifício de relacionamentos familiares e sociais. 

Se significar, é preciso pensar por quanto tempo você estaria disposto a viver com essa limitação e se a restrição é temporária. Se te custa caro, do ponto de vista de bem-estar e saúde emocional, é importante avaliar com cuidado. 

A planejadora da SuperRico diz que a avaliação de remuneração não deve ser o que te move. A escolha de um trabalho deve estar alinhada com a sua filosofia de vida ou seu propósito e proporcionar um relacionamento saudável com a sua vida pessoal. 

“Por isso, recomendo sempre manter sua reserva financeira preparada para oportunidades. A remuneração pode não ser a mais atrativa num primeiro momento, mas se houver oportunidades vindouras e ganho de qualidade de vida, uma reserva preparada te ajudará a ajustar o estilo de vida temporariamente para aproveitar outros ganhos que não são monetários”, ressalta.

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