Objetivos financeiros

Vale a pena usar o 13º salário para pagar dívidas e impostos?

Uma estratégia para encerrar o ano no azul é usar o 13º para quitar dívidas e se programar para despesas como IPTU e IPVA

Fim de ano costuma ser um momento de reflexão sobre o período que passou e de estabelecer metas para o próximo ciclo de 12 meses. Em relação aos objetivos financeiros, uma estratégia que pode ser interessante para virar o ano mais confortável é quitar dívidas e se livrar o quanto antes daquelas despesas que surgem no início do ano, como IPTU, IPVA, matrícula e material escolar.

A depender do planejamento de cada um, usar o 13º salário para este fim pode trazer alguns benefícios e contribuir para atingir esses objetivos. “Destinar parte do 13º para esses compromissos ajuda a evitar parcelamentos com juros e permite começar o ano com mais tranquilidade. Outra boa prática é reservar uma porcentagem do salário de dezembro para essas despesas, de forma que o impacto no orçamento de janeiro seja menor”, diz Lucas Girão, economista e especialista em investimentos.

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Em 2025, a primeira parcela do benefício deve ser paga até 28 de novembro, enquanto a segunda cairá na conta até 20 de dezembro. O valor do 13º é referente a um mês de salário, descontando o Imposto de Renda e o INSS na segunda parcela. Para quem não tem um ano de registro em carteira, o cálculo do pagamento é feito de maneira proporcional, pela divisão da remuneração integral por doze (meses do ano) seguida da multiplicação do resultado pelo número de meses trabalhados.

Como usar o 13º para começar o ano no azul

Para Bruno Perri, estrategista de investimentos, economista e sócio-fundador da Forum Investimentos, antes mesmo de se preparar para pagar as contas do início do ano, é importante tentar começar esta nova fase sem dívidas. “O primeiro passo é pagar dívidas, sobretudo as mais caras. O alívio com as parcelas equivale a um aumento da renda mensal disponível da família”, diz.

Depois disso, se preparar para pagar as despesas que surgem em janeiro é fundamental. De qualquer forma, para Perri, não se pode tirar do horizonte a importância de um planejamento financeiro que comece pela construção de uma reserva de emergência.

No mesmo sentido, Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos, argumenta que a prioridade máxima para qualquer dinheiro “extra” deve ser o pagamento de dívidas. “Se as dívidas envolvem cartão de crédito ou cheque especial, que chegam a cobrar 449,9% ao ano no caso de cartão e 135,5% ao ano no caso do cheque especial, segundo o Banco Central, a prioridade deve ser eliminá-las, já que nenhum investimento conservador supera esse custo”, afirma.

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Ele explica que, mesmo neste cenário em que a Selic está em 15% ao ano, com as aplicações em renda fixa oferecendo boas oportunidades, “esses ganhos não compensam o peso de dívidas com juros abusivos”. Assim, de acordo com Patzlaff, “a opção mais inteligente é primeiro quitar dívidas caras, depois usá-las para investir, realizar sonhos e outros objetivos que estejam alinhados com seu planejamento financeiro”, conclui.

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